Um dos tópicos mais relevantes da semana no universo do futebol foi a questão da saúde mental de Tite, que estava prestes a retornar ao Corinthians. Às vésperas da assinatura do contrato, o treinador enfrentou uma crise de ansiedade e optou por recuar. Nesta sexta-feira (25), Danilo, um antigo conhecido do técnico desde os tempos da Seleção Brasileira, enviou uma mensagem ao ex-comandante do Flamengo e à sociedade em geral.
— Não falei com o Tite, não. Mas gostaria de enviar meu abraço a ele, meu carinho. Sempre foi uma pessoa incrível na Seleção Brasileira, e, com relação a mim, sempre teve uma interação muito carinhosa, marcada por respeito e aprendizado da minha parte. Ao mesmo tempo, sempre esteve disposto a ouvir e abriu espaço para que eu pudesse compartilhar minhas opiniões sobre futebol. Espero que ele se recupere o mais rápido possível — declarou o zagueiro durante uma coletiva de imprensa no Ninho do Urubu.
— É um tema extremamente sensível, que muitas vezes não recebemos a devida atenção. Eu, há cerca de três ou quatro anos, passei por uma experiência semelhante. Também enfrentei crises de ansiedade em momentos de dificuldades psicológicas. Não é uma sensação agradável e ainda mais desafiadora de lidar. Acredito que isso pode ser uma oportunidade para reavaliarmos o esporte de alto rendimento de forma diferente. Penso que nós, atletas, especialmente aqueles com maior poder financeiro ou uma voz de maior alcance, devemos buscar ajuda por conta própria. É fundamental ter a consciência de que muitas vezes precisamos de suporte. Podemos procurar profissionais e estruturas que possam nos auxiliar — refletiu Danilo.
Danilo ressaltou a importância de os clubes cuidarem dos jovens desde as categorias de base, promovendo trabalhos de conscientização desde os primeiros passos na carreira. Além disso, o zagueiro enfatizou que esse tema precisa ser discutido com mais regularidade pela sociedade, tanto dentro quanto fora do futebol.
— Entretanto, que possamos desenvolver uma consciência sobre as raízes do problema: nas categorias de base, nos clubes com menos recursos financeiros ou visibilidade. É necessário implementar um trabalho que priorize o ser humano antes do atleta de futebol. Afinal, o atleta só poderá existir e render ao máximo se estiver bem e equilibrado. Essa é uma questão que não afeta apenas o futebol, mas nossa sociedade, que é extremamente ansiosa e preocupada. Que possamos agir como um alerta para encontrar maneiras de dar voz e visibilidade às boas histórias, além de oferecer suporte para que as pessoas se sintam bem e minimamente confortáveis. É um assunto extenso, e acredito que requer muito tempo para debate — finalizou.
Publicado em colunadofla.com