Bruno Henrique recebeu uma sanção nesta quinta-feira (04) em decorrência de um cartão amarelo que recebeu em 2023. Os advogados do Flamengo sustentam que o julgamento não deveria ter ocorrido, devido à longa espera na análise do caso. Michel Assef Filho, advogado do clube Rubro-Negro que defendeu o jogador identificado pelo número 27, assegura que a equipe vai apelar e utilizará essa demora como um dos argumentos.
‘— O julgamento teve duas fases: inicialmente, foi debatida a questão preliminar, na qual foi argumentada a prescrição que, segundo a defesa, é irremediável. Esse processo não deveria ter sido julgado, e isso será contestado em grau de recurso. Em relação ao mérito, o Flamengo, naturalmente, respeita a decisão da justiça desportiva e irá recorrer. Acredito que o mesmo argumento utilizado para justificar o afastamento do artigo 243, que considera que se tratou de uma orientação tática, ou seja, era esperado que Bruno Henrique recebesse um terceiro cartão amarelo, é o mesmo que deve ser aplicado para entender que essa não é uma atitude antidesportiva ou antiética, já que faz parte das regras do jogo, podendo ser utilizada a seu favor. Como se pode afirmar que isso é uma conduta ilegal, a ponto de condenar um atleta por essa razão?’, iniciou Assef.
‘— Portanto, o que restaria seria, no máximo, uma suposta informação privilegiada que o Flamengo acredita não ter ocorrido, visto que qualquer pessoa com conhecimento médio de futebol e apostas perceberia que Bruno Henrique buscaria esse terceiro cartão. O Flamengo considera que ele deveria ser absolvido, e que o processo não deveria ter existido em virtude da prescrição. E, no máximo, uma aplicação da pena, assim como foi o voto divergente, no artigo 191, inciso terceiro, por uma possível informação privilegiada, com a qual o Flamengo também discorda, mas que se curvaria a esse entendimento. (…) Acredito que os argumentos apresentados aqui (no julgamento) foram positivos, sim, poderíamos ter compreensões mais complexas. E entendo, inclusive, que o que foi discutido aqui nos favorece na deliberação do Pleno’, acrescentou.
O Flamengo planeja solicitar efeito suspensivo assim que a decisão for divulgada, pois há considerável divergência na definição da punição.
O clube também deve apelar, argumentando que o prazo para a punição já havia prescrito, tornando-a assim incorreta e ilegítima.
Desta forma, Bruno Henrique ficará ausente dos próximos 12 jogos do Flamengo no Campeonato Brasileiro, retornando apenas nas últimas cinco rodadas. Entretanto, o atacante está liberado para atuar nos dias 18 e 25, em partidas contra o Estudiantes (ARG), pelas quartas de final da Copa Libertadores da América.
Publicado em colunadofla.com