Lei do Mandante: escolhas do Flamengo explicam queda projetada nas cotas de TV

A Lei do Mandante mudou o jogo das transmissões no Brasil e, para o Flamengo, as consequências financeiras são claras: escolhas negociais em 2025, somadas à fragmentação do mercado, reduziram a projeção de receitas do clube. Nesta análise do Flamengo RJ, em 02/10/2025, explicamos por que a autonomia trazida pela lei não se traduziu automaticamente em ganhos para o Mengão.

Até 2024, o modelo 40/30/30, com PPV e mínimos garantidos, dava previsibilidade ao caixa dos grandes clubes. Em 2023 o Flamengo recebeu cerca de R$ 275,2 milhões em cotas de TV — com forte participação do PPV. Já as projeções para 2025 apontam para aproximadamente R$ 198 milhões, resultado de acordos sem PPV, sem mínimo garantido e com partilha igualitária que o clube contesta.

Impacto financeiro para o Flamengo

Ao aceitar condições negociadas dentro de blocos, o Flamengo abriu mão de cláusulas que garantiam receita estável. A estimativa de perda chega a R$ 70–100 milhões dependendo do cenário, mesmo com propostas internas para mitigar o prejuízo. A mudança beneficiou clubes que recebiam menos nos contratos antigos, mas diminuiu a margem do Mengão.

Além dos números, a negociação envolveu renúncias a direitos de conteúdo e ativações de mídia que tinham valor comercial próprio, reduzindo oportunidades de monetização direta do clube.

Desafios e caminhos

A pulverização das transmissões exige estratégias de ativação digital e maior trabalho de branding para recuperar visibilidade entre públicos jovens. Especialistas defendem um modelo de liga estruturada capaz de investir em conteúdo internacional e monetização sustentável — solução que ainda não foi adotada de forma consistente por nenhum dos blocos.

Ao mesmo tempo, o Flamengo precisa alinhar ações comerciais e jurídicas para reverter perdas e explorar melhor seus ativos de mídia nas próximas janelas de negociação.