Na manhã desta sexta-feira, 3 de outubro de 2025, novas projeções sobre a divisão das receitas da Libra colocaram o Flamengo no centro da controvérsia: os cenários apresentados indicam que o clube seria o único a registrar perdas significativas em todas as hipóteses analisadas. A polêmica se misturou a declarações públicas e a medidas judiciais enquanto o imbróglio segue tramitando na Justiça.
Projeções e perdas detalhadas
Nos cenários divulgados, o modelo preferido pela maioria da Libra (cenário 1) reduziria a receita do Flamengo de R$ 300 milhões, em 2024, para aproximadamente R$ 197,5 milhões — uma queda da ordem de R$ 102,5 milhões. Mesmo no formato intermediário (cenário 4) a perda projetada é de cerca de R$ 84,5 milhões, e a própria proposta apresentada pelo Flamengo (cenário 6) ainda apontaria redução de R$ 49,2 milhões em relação a 2024.
Esses números mostram que, independentemente do arranjo adotado, não há hipótese em que o Flamengo mantenha ou eleve o patamar de receitas alcançado no ano-base. Para a diretoria rubro-negra, isso evidencia um modelo que penaliza o clube de forma desproporcional em benefício de outros participantes da Libra.
Reações e impacto político
As declarações públicas aumentaram a temperatura do debate. A presidente de outro clube envolvido fez críticas ao discurso do Flamengo, numa frase que viralizou e alimentou a polarização entre as diretorias. No campo institucional, o Flamengo uniu negociações a medidas judiciais: foi bloqueado um repasse de R$ 77 milhões referente aos 30% da cota de audiência que seriam destinados aos demais integrantes do grupo.
O episódio evidencia que a disputa tem forte componente político — mais do que puramente técnico — e que o ajuste da fórmula de distribuição de receitas envolve interesses que vão além dos números imediatos, afetando orçamento, planejamento e investimentos do clube.
Quem ganha e quem perde com a nova fórmula
Enquanto o Flamengo figura como o principal prejudicado, as simulações indicam benefícios relevantes para clubes de porte médio. Bahia, Vitória e Red Bull Bragantino aparecem com aumentos na casa das dezenas de milhões nos cenários analisados. Palmeiras e São Paulo, por sua vez, mantêm relativa estabilidade, com oscilações bem menores em relação a 2024.
Outros exemplos mostram diferenças claras por clube: Grêmio também teria perdas relevantes em vários modelos, enquanto Atlético-MG manteria ganhos estáveis. O panorama reforça que a redistribuição proposta altera de forma significativa o equilíbrio financeiro entre os participantes.
Próximos passos e calendário do Flamengo
O caso segue em tramitação na Justiça e deve ter novos capítulos nas negociações internas da Libra nas próximas semanas. O Flamengo diz acompanhar os desdobramentos com atenção, buscando alternativas para mitigar o impacto orçamentário caso a fórmula aprovada seja mantida.
Enquanto a disputa política avança, o time segue focado dentro de campo: a equipe se prepara para o compromisso contra o Bahia, no domingo (5), pela 27ª rodada do Brasileirão, sem perder o foco nas competições enquanto resolve as questões financeiras fora das quatro linhas.