Ataque do Flamengo oscila sem Pedro; Pulgar volta e Filipe Luís encara dilema antes do clássico

O ataque do Flamengo chega às semanas decisivas de 2025 com a eficiência em xeque. A sequência que inclui o clássico com o Botafogo, o duelo direto com o Palmeiras e a semifinal da Libertadores contra o Racing coloca em evidência o rendimento ofensivo — e os números apontam que o ataque do Flamengo sente falta da presença de Pedro como titular.

Números e a influência de Pedro

Apesar dos 108 gols acumulados na temporada, a produtividade ofensiva do time caiu nos últimos compromissos: nos cinco jogos mais recentes o Flamengo marcou apenas três gols, sofreu quatro e venceu somente uma vez. Em três dessas partidas o ataque ficou sem balançar a rede.

O recorte estatístico mostra correlação entre desempenho do setor ofensivo e a presença de Pedro. Nas últimas partidas em que esteve em baixa, Pedro começou no banco em três ocasiões e, nas duas vezes que foi titular, teve participações reduzidas por circunstâncias de jogo — fato que coincidiu com o arrefecimento ofensivo do time.

No período anterior a essa oscilação, Pedro vinha sendo mais utilizado: foi titular em cinco dos seis jogos daquele trecho e, quando entrou no segundo tempo contra o Internacional, marcou o gol da vitória. No total desse recorte o camisa 9 anotou sete gols e deu duas assistências, com o Flamengo somando cinco vitórias e um empate.

Filipe Luís e as variações táticas no ataque

Filipe Luís tem alternado formações ofensivas com frequência. Nos últimos 11 jogos o treinador experimentou diferentes combinações na frente — a trinca Plata, Pedro e Samuel Lino foi a mais repetida, mas só em quatro partidas — enquanto Samuel Lino se firmou como peça quase constante na ponta esquerda.

O comandante também improvisou Bruno Henrique e Plata como centroavantes em partidas pontuais, abrindo mão em alguns momentos do tradicional 9 de referência. Essa busca por soluções táticas reflete a convicção de Filipe Luís sobre a necessidade de adaptar o time a cada adversário.

“Tudo vai em função do nosso plano de jogo, das características que eu acredito que a equipe precisa para vencer. Independente dos números, dos nomes, idade, isso não importa. É a opção que eu acredito que a equipe precisa e qual o caminho para vencer”

A relação entre treinador e centroavante já passou por momentos de tensão no início da temporada, com cobranças públicas por parte de Filipe Luís, mas o clube também deixou claro o desejo de ter alternativas ao camisa 9 ao buscar um perfil diferente de atacante no mercado.

Retorno de Erick Pulgar e impacto na dinâmica

A possível volta de Erick Pulgar traz outra peça importante para o quebra‑cabeça do time. Pulgar está fora desde junho por fratura no pé direito, operada após a participação na Copa do Mundo de Clubes, e acumulou 22 jogos de ausência.

“Obviamente, a volta do Erick nos dá muita força também nessa reta final da temporada. Ele ajuda muito. Vinha se destacando no time e sofreu a lesão, mas hoje, tê-lo de volta é muito bom para nós”

“É muito importante para nós, nessa sequência, contar com ele e com todo o grupo, pois vamos precisar de todos. Assim, vamos mostrar a força da equipe, que vem se preparando para este final de temporada, que será muito difícil”

Os números defensivos também mostram diferença com e sem Pulgar: foram 142 finalizações sofridas em 17 jogos com o chileno em campo e 210 finalizações no período de ausência. Sua volta tende a equilibrar a saída de bola e reduzir a exposição defensiva, diminuindo a pressão sobre o ataque.

Retrospecto contra rivais do Rio e clima para o clássico

No confronto com equipes do Rio de Janeiro ao longo de 2025, o Flamengo tem um retrospecto robusto: com 12 vitórias, seis empates e apenas duas derrotas (para Boavista e Nova Iguaçu), ambos ocorridos nas fases iniciais quando o elenco principal ainda estava em outra preparação.

Esse histórico dá confiança ao elenco antes do clássico com o Botafogo, que acontece na quarta‑feira (15), às 19h30, no Estádio Nilton Santos, pela 28ª rodada do Brasileirão. O jogo chega num momento em que o clube discute equilíbrio entre convicções táticas e o que os números indicam sobre o rendimento com Pedro.

O dilema do treinador e o que esperar

Filipe Luís encara uma decisão estratégica: insistir em variações táticas que podem surpreender adversários ou priorizar a estabilidade ofensiva que os dados mostram quando Pedro está em campo. As próximas partidas — Botafogo, Palmeiras e Racing — serão o termômetro dessa escolha.

Se optar por dar mais sequência ao 9 titular, o treinador pode recuperar o faro de gols; se buscar rotatividade, precisará garantir compactação e eficiência coletiva para não sacrificar a produção ofensiva. Para a torcida rubro‑negra, a expectativa é que este período traga respostas claras sobre o rumo do ataque do Flamengo até o fim de 2025.