O Decon, órgão vinculado ao Ministério Público do Ceará (MPCE), abriu procedimento administrativo para apurar denúncias sobre supostos preços abusivos na venda de ingressos para a partida no Castelão em que a torcida do Flamengo marcou forte presença e a renda bruta alcançou R$ 2,7 milhões — a maior registrada pelo Fortaleza na temporada de 2025.
A investigação se concentra na diferença de valores praticados para o setor visitante, que chegou a R$ 250 (inteira), segundo relatos de torcedores. O Decon destaca discrepâncias relevantes quando compara esse preço com jogos anteriores no mesmo estádio: R$ 100 contra o Mirassol (24/08) e R$ 150 diante do Vasco (15/10). O objetivo é apurar divulgação de preços, critérios de precificação e se houve violação ao Código de Defesa do Consumidor. Como apontou o órgão, a conduta “viola o Código de Defesa do Consumidor, especialmente os princípios da razoabilidade e da transparência”.
Em termos de público, a partida teve 36.350 torcedores presentes, sendo 29.467 pagantes. O setor visitante contou com pouco mais de 10 mil pessoas, cerca de 27% da capacidade do estádio. Apesar da derrota em campo, a presença da Nação garantiu a arrecadação recorde para o clube cearense.
Além da apuração pontual sobre os preços, a polêmica reacende a discussão sobre direitos do consumidor em eventos de grande apelo e pode ter efeitos duradouros sobre as políticas de venda e fiscalização de ingressos, com impactos para clubes, organizadores e torcedores.