O gramado sintético volta ao centro do debate para o Brasileirão: se Athletico-PR e Chapecoense subirem à Série A em 2026, o campeonato passará de três para cinco estádios com campo artificial, um cenário que preocupa clubes como o Flamengo e altera a preparação das equipes visitantes.
Possível impacto na competição
Atualmente, Botafogo, Palmeiras e Atlético-MG já utilizam gramado sintético; Athletico-PR e Chapecoense ocupam a terceira e a quarta posição da Série B e, em caso de promoções, ampliariam a presença de campos artificiais na elite. A expansão do uso de grama sintética modifica o comportamento da bola, o ritmo das partidas e levanta questionamentos sobre equilíbrio competitivo entre times que mantêm gramados naturais e aqueles que optam pela alternativa artificial.
Além do aspecto técnico, clubes apontam implicações logísticas e de saúde dos atletas, uma vez que superfícies distintas podem influenciar o desgaste físico e o risco de lesões. A pauta tende a retornar com força nas discussões sobre acessos e rebaixamentos para 2026, envolvendo clubes, federações e reguladores.
Posição do Flamengo
O Flamengo tem se manifestado contra a adoção generalizada do gramado sintético, defendendo a manutenção de campos naturais nas principais competições nacionais. O presidente do clube, conhecido como Bap, criticou a mudança por criar desigualdades e alterar a dinâmica do jogo.
“Alguns clubes brasileiros implementaram o gramado sintético para economizar. O futebol, nas cinco maiores ligas do mundo, é praticado em grama natural. Quando você tem um gramado de plástico, você cria uma iniquidade. A bola fica diferente, o ritmo muda, o impacto nos atletas é outro”, disse Bap em entrevista ao Poder 360.
“Flamengo e Fluminense gastam cerca de R$ 45 milhões por ano para manter um gramado perfeito, jogando-se 80 partidas por ano. Não é justo que se crie um diferencial competitivo pelo tipo de campo; Falam: ‘ah, mas é muito mais caro…’ Se você não tem condição de praticar o futebol em campo de grama (natural), talvez você não possa disputar a Série A do Campeonato Brasileiro”, acrescentou.
Com a possibilidade de mudanças no mapa dos estádios, a questão deverá ser debatida entre clubes e instâncias reguladoras nos próximos meses, com reflexos diretos para times como o Flamengo e para a competitividade do campeonato.