Filipe Luís comentou a derrota por 2 a 1 para o Fluminense e assumiu parte da responsabilidade pelo desempenho no primeiro tempo, ao mesmo tempo em que saiu em defesa do zagueiro João Victor, alvo de vaias no Maracanã. O treinador ressaltou o potencial do jovem e explicou que a opção por sua escalação foi motivada pelas limitações nas alternativas da posição.
Autocrítica e defesa a João Victor
O técnico deixou claro que conhece o valor de João Victor e lembrou atuações positivas do jogador em outras partidas pelo Flamengo. Ainda assim, reconheceu que a escolha foi arriscada para um jogo de alta dificuldade e admitiu que a equipe teve uma etapa inicial abaixo do que se espera de um time que briga pelo título.
“Consegui dar minutos para os meninos um pouco mais na Copa do Brasil. O nível dos Léo, do Danilo, é muito alto. São jogadores de Seleção Brasileira. É isso que é importante que vocês entendam. Eu vejo a diferença de nível que existe entre os homens e os meninos, mas precisamos deles e eu não tenho medo de colocar. Infelizmente, ele (João) não fez um bom jogo.”
No intervalo, João Victor foi substituído após falhas que motivaram a reação do público. Filipe Luís assumiu a parcela de culpa pela decisão de escalação e pela incapacidade do time de se recuperar com facilidade na etapa final, ressaltando que erros individuais e coletivos pesaram para o resultado.
“Eu sei o nível dele, já vi ele performar, mas realmente era um jogo muito difícil. Era a melhor opção. Infelizmente, ele teve um jogo abaixo. É assumir. Ele, eu e todos. Tivemos um 1º tempo muito abaixo. Custou depois para recuperar, entrar no jogo.”
Postura no banco e resposta às críticas
Além de tratar das escolhas táticas, Filipe Luís rebateu a cobrança por sua postura serena no banco e as comparações com outros treinadores que demonstram comportamento mais explosivo durante as partidas. O técnico explicou que sua maneira de agir não significa falta de cobrança, mas sim uma opção profissional alinhada à sua identidade.
— Se gritar fora do campo fosse o suficiente para vencer um jogo, o Ancelotti não seria o técnico mais vitorioso da história. Cada um tem o seu modo de ser, eu tenho o meu; o dia que acharem que eu tenho que dar show para a torcida, não serei a pessoa adequada.
— Procuro ser sempre sereno e tentar intervir e organizar a minha equipe do modo que sei fazer. Se isso incomoda a torcida, terão que buscar outro profissional.
Filipe Luís também destacou que reclamações e demonstrações mais ríspidas não são seu estilo e que, desde que assumiu o comando, tem mantido postura ponderada até mesmo em momentos de pressão. A firmeza ao explicar seu método busca minimizar críticas e reafirmar confiança nas escolhas do treinador.
Impacto na equipe e próximos passos
Com o resultado, o Flamengo segue pressionado para recuperar o ritmo nas rodadas finais do Brasileirão. A comissão técnica terá de avaliar opções defensivas e o ritmo dos jovens formados no clube para os próximos jogos, com especial atenção ao próximo compromisso do time no campeonato.
A derrota no Fla‑Flu acendeu alertas sobre alternativas para a zaga e sobre a gestão do elenco em partidas decisivas. Filipe Luís deixou claro que a responsabilidade pelas decisões é compartilhada e que seguirá trabalhando para ajustar a equipe até os próximos compromissos.