Lesões do Flamengo disparam sinal de alerta: Léo Ortiz e Pedro complicam preparação para a final da Libertadores

As lesões do Flamengo voltaram a dominar o noticiário após o clássico com o Fluminense e acenderam um alerta a poucos dias da final da Libertadores. A ausência de Léo Ortiz e a nova contusão de Pedro expõem fragilidades e obrigam Filipe Luís e o departamento médico a ajustarem estratégia e proteção do elenco.

O peso de Léo Ortiz na retaguarda
Léo Ortiz se firmou em 2025 como peça-chave da defesa rubro-negra, referência na organização e comunicação do setor. Nos 26 jogos do Brasileirão em que esteve em campo, a zaga do Flamengo foi vazada apenas 12 vezes — um indicador de consistência difícil de substituir no curto prazo.

A partir do momento em que Ortiz deixou a partida contra o Palmeiras, no dia 19 de outubro, os números mostram deterioração: em sete jogos disputados sem a presença plena do zagueiro o Flamengo sofreu 10 gols, elevando a média para cerca de 1,4 gol sofrido por partida. A diferença nos dados reforça a importância tática e psicológica do defensor para o sistema defensivo.

Números recentes e o impacto na confiança coletiva
No recorte dos sete jogos sem Ortiz de forma efetiva, o time só conseguiu uma atuação sem sofrer gols — a vitória por 3 a 0 sobre o Sport, no Maracanã. Em confrontos contra Fortaleza, São Paulo, Santos, Sport (fora) e Fluminense, a defesa foi vazada com frequência e expôs necessidade de ajustes imediatos em marcação, posicionamento e compactação.

Mais do que estatística, essa queda de rendimento tem efeito direto no comportamento coletivo: a defesa passa a jogar mais pressionada, o que exige soluções de leitura de jogo por parte de volantes e laterais, além de uma eventual mudança de desenho tático caso Ortiz não esteja disponível para a final da Libertadores.

Sacrifício na Libertadores e gestão do departamento médico
Mesmo longe das condições ideais, Léo Ortiz teve participação no jogo de volta da semifinal da Libertadores contra o Racing, em uma demonstração de comprometimento que ajudou na classificação. A entrada no sacrifício, porém, reforçou a necessidade de recuperação adequada e de um plano médico bem calibrado para não comprometer a decisão continental.

O departamento médico do Flamengo vem poupando o zagueiro em jogos nacionais e privilegiando a recuperação visando a final do dia 29 de novembro, contra o Palmeiras — o mesmo rival no qual a lesão se manifestou. Até que haja definição sobre a condição física do jogador, a comissão técnica precisa traçar alternativas para manter equilíbrio defensivo sem aumentar risco de novas contusões.

Pedro: nova baixa no ataque e reação do vestiário
Pedro, que seguia um processo de retomada após fratura no antebraço direito, sofreu uma lesão muscular na coxa esquerda durante treino no CT Ninho do Urubu e passa a ser mais uma dúvida para a reta final da temporada. A perda do camisa 9 tem impacto claro na referência ofensiva e nos padrões de finalização do time.

Na resposta ao episódio, Danilo deixou uma mensagem dura e de cobrança ao elenco, destacando a confiança nas alternativas do grupo e a necessidade de não buscar desculpas.

“Ficamos muito chateados com a lesão dele, mas temos jogadores à altura e de formas diferentes para poder atuar. Não tem desculpa”.

O recado de Danilo aponta para duas frentes de trabalho imediatas: ajuste de peças ofensivas para suprir ausência de Pedro e reforço do compromisso coletivo para manter desempenho mesmo sem a principal referência no ataque.

Pênalti em Bruno Henrique: repercussão e efeito extracampo
A derrota no Fla‑Flu trouxe também uma grande polêmica envolvendo arbitragem. No lance entre Thiago Silva e Bruno Henrique, o árbitro Davi Lacerda não assinalou pênalti e o áudio do VAR revelou instrução para considerar simulação — decisão que dividiu opiniões e alimentou debate nas redes.

Alguns comentaristas, inclusive torcedores e jornalistas identificados com o Fluminense, admitiram que o pênalti era claro, o que deu mais força à narrativa de injustiça no resultado. O debate, porém, não pode servir de justificativa permanente: o Flamengo precisa reagir em campo diante das adversidades.

“O pênalti do Thiago no Bruno foi idêntico ao do Giay no Correa no 1º turno entre Botafogo e Palmeiras. Um dos mais claros do campeonato”

“Pelo que vejo por aqui, unanimidade em apontarem pênalti no Bruno Henrique e concordarem que o Fluminense mereceu vencer o Fla-Flu mesmo com a margem final de 1 gol. Raro, especialmente para esta rede social”

Filipe Luís, opções no ataque e justificativas por escolhas
Após o clássico, Filipe Luís teve de explicar a opção por Samuel Lino como titular no lugar de Everton Cebolinha. A justificativa se baseou em momento de forma, confiança no trabalho do jogador e na percepção técnica da comissão.

“Primeiro, muito bom que o Cebolinha venha crescendo. Quando um não está tão bem, entra outro para melhorar e potencializar. No caso, o Lino vinha crescendo depois do jogo da Libertadores, é um jogador que temos muita confiança nele, vemos o quanto se esforça”.

Ao mesmo tempo, o treinador ressaltou a resistência da equipe em promover alternância para buscar soluções ofensivas sem perder controle tático.

“Realmente fez um jogo abaixo contra o Sport como toda a equipe. Estava na minha cabeça sim a dúvida entre os dois, mas sabendo que o Cebolinha vai potencializar a equipe quando entrar, fiz essa escolha. Assim foi, entrou bem, melhorou a equipe e para isso estão os jogadores fora, para ajudar”.

Próximos jogos e a contagem regressiva até Lima
Com o Brasileirão ainda em disputa — o Flamengo segue na liderança enquanto garante foco também na Libertadores — a agenda apertada obriga rotações e proteção física. O próximo compromisso é contra o Red Bull Bragantino, no Maracanã, uma partida que serve tanto para a busca de pontos quanto para testar alternativas em um cenário com ausências importantes.

Até a final do dia 29 de novembro, a comissão técnica e o departamento médico terão decisões críticas: arriscar jogadores-chave em jogos nacionais ou priorizar a decisão continental preservando peças? A resposta deverá equilibrar risco, necessidade de título e a gestão de um elenco que respira pressão e expectativa.

Reflexo para a Nação e caminhos à frente
As lesões do Flamengo expõem vulnerabilidades, mas também oferecem oportunidade para o elenco mostrar profundidade e resiliência. Substitutos imediatos e ajustes táticos serão testados nas próximas partidas, e a atitude coletiva poderá definir se as adversidades se transformarão em combustível ou em problemas maiores.

À torcida, resta apoiar com cobrança construtiva: reduzir erros individuais, recuperar confiança defensiva e manter foco até Lima serão passos essenciais para que o Flamengo chegue competitivo à final da Libertadores.