Flamengo na final da Libertadores: preparação, desfalques e o plano para segurar o ataque do Palmeiras

Flamengo na final da Libertadores vive horas decisivas antes do jogo contra o Palmeiras em Lima: confiança coletiva, ajuste tático e gestão de desfalques marcam a reta final de preparação do time de Filipe Luís para a decisão marcada para sábado, 29/11/2025, às 18h (horário de Brasília).

Introdução ao momento rubro‑negro

A Nação acompanha com intensidade o deslocamento do elenco até Lima, onde o Flamengo pretende faturar um tetracampeonato inédito para clubes brasileiros. A equipe já soma as conquistas de 1981, 2019 e 2022 e parte para o duelo final contra um Palmeiras também com três títulos continentais: o vencedor fará história.

A partida no Estádio Monumental “U” reúne pressões distintas: para o Flamengo, a necessidade de manter a identidade construída ao longo do ano; para Filipe Luís, a missão de equilibrar intensidade e controle emocional diante de um adversário com dupla ofensiva de alto nível.

Desfalques confirmados e dúvidas de última hora

O departamento médico rubro‑negro confirmou duas ausências que mexem diretamente com a construção ofensiva: Pedro foi vetado após um revés na transição física — a lesão muscular na coxa esquerda impede sua presença na final — e Gonzalo Plata fica fora por suspensão. As duas baixas obrigam Filipe Luís a redesenhar o setor ofensivo para a decisão.

A outra preocupação do elenco é Luiz Araújo, que deixou o empate contra o Atlético‑MG queixando‑se de dores no adutor. A expectativa da comissão técnica, porém, é de que Luiz Araújo não seja ausência, embora sua condição seja monitorada até a definição da escalação.

Em contrapartida, Léo Ortiz treinou normalmente e aparece como opção à beira do jogo, disponível caso Filipe Luís opte por mexer na estrutura defensiva. A presença de Ortiz, mesmo que como alternativa, reforça o leque de variações táticas para o treinador.

Léo Pereira: voz de comando na retaguarda

Com a responsabilidade de liderar a defesa em jogo de alto risco, Léo Pereira foi enfático ao apontar o perigo que a dupla palmeirense representa e a necessidade de atenção coletiva. O zagueiro assumiu papel de referência para o sistema defensivo do Flamengo, cobrando concentração a todos os setores.

“Dois jogadores de seleção. São jogadores craques da função, que, com certeza, estão se preparando ao máximo para nos dar dor de cabeça. E a gente também tem se preparado ao máximo para neutralizar eles. Sabemos do entrosamento. São dois jogadores que vivem, talvez, a melhor época da carreira. Temos que estar muito concentrados para todas as ações. Sabemos que eles se procuram muito durante o jogo. Então, é estar muito atento, muito atento a esse sistema defensivo para que tudo funcione ao nosso favor”

A declaração traduz a preocupação com a mobilidade e a ligação entre Vitor Roque e Flaco López — dupla apontada por Léo Pereira como potencialmente decisiva — e mostra o foco do Flamengo em neutralizar não apenas os atacantes, mas o sistema de jogo palmeirense.

Como o Flamengo pretende anular a dupla palmeirense

Nas leituras táticas que circulam na preparação, a ênfase passa por compactação de linhas, cobertura dos corredores e atenção às passagens em diagonal que alimentam as finalizações. A participação dos laterais, do meio‑campo e da dupla de zaga será determinante para reduzir os espaços entre as linhas.

Jogadores como Jorginho, Pulgar, Arrascaeta e Carrascal têm papel fundamental nas transições e na recomposição. O equilíbrio entre marcação e saída de bola cairá sobre o setor médio, enquanto Danilo e Léo Pereira — com Ortiz como opção — buscarão interceptar passes em profundidade e limitar infiltrações.

Léo Ortiz e a margem de segurança defensiva

A volta do zagueiro Léo Ortiz aos treinos representa um reforço de confiança para Filipe Luís. Mesmo que a tendência seja que Ortiz inicie no banco, sua recuperação amplia alternativas para a condução do jogo, seja para segurar momentos mais intensos ou para reequilibrar o time diante de desgaste físico.

Com Danilo atuando ao lado de Léo Pereira como dupla titular projetada, o Flamengo tem possibilidade de leitura variada: jogo mais agressivo com pressão alta ou postura mais compacta esperando o Palmeiras no último terço. Essa versatilidade é um ativo importante diante de um oponente com atacantes rápidos e bem posicionados.

Alternativas no ataque: Bruno Henrique e as opções pelas pontas

Com Pedro vetado, a responsabilidade ofensiva tende a recair sobre Bruno Henrique, projetado para atuar mais centralizado — um papel que ele já desempenhou em jogos decisivos e onde pode explorar mobilidade e finalização. A confiança do grupo e do comandante no atacante é visível na projeção para a final.

Na ponta esquerda, a decisão entre Everton Cebolinha e Samuel Lino é uma das poucas incógnitas. Cebolinha oferece velocidade e mergulho em profundidade; Lino, por sua vez, traz verticalidade e solução por dentro. A escolha de Filipe Luís terá implicações diretas nas trocas de posição e na forma como o Flamengo ocupará os espaços entre defesa e meio do Palmeiras.

Provável escalação e opções do banco

Com base nas indicações da preparação, a provável formação do Flamengo que vem sendo ventilada é: Rossi; Varela, Danilo, Léo Pereira e Alex Sandro; Pulgar, Jorginho, Arrascaeta e Carrascal; Everton Cebolinha (ou Samuel Lino) e Bruno Henrique. A definição final, porém, só será confirmada pouco antes do apito inicial.

Do banco, nomes como Léo Ortiz e Samuel Lino (caso não comece jogando) aparecem como trunfos para ajustar a partida conforme a necessidade tática — tanto para segurar resultado como para buscar variação ofensiva caso o plano de jogo inicial não se concretize.

Controle antidoping da Conmebol e rotina tranquila

A Unidade Antidoping da Conmebol realizou testes surpresa nos elencos de Flamengo e Palmeiras como parte do Plano de Controle Antidoping. Ao todo foram coletadas 20 amostras entre as duas equipes, segundo os critérios de seleção adotados pela entidade.

O procedimento, realizado sem aviso prévio, seguiu o regulamento que permite coletas “fora de competição” e, segundo relatos, transcorreu de maneira organizada, sem gerar atrito com a preparação do Flamengo — contraste com episódio anterior envolvendo a autoridade nacional que gerou reclamação do clube.

Clima em Lima: treinos, superstição e foco

O Flamengo escolheu o CT da seleção peruana para as atividades finais, enquanto o Palmeiras optou pelo Estádio Alejandro Villanueva — o “Matute” — palco de superstições que ganharam repercussão em decisões passadas. A diferença de locais, porém, não altera a concentração do grupo rubro‑negro.

A rotina em Lima foi pautada por treinos táticos, trabalho de bola parada e repetições de situações defensivas específicas, sempre buscando afinar a comunicação entre zaga, laterais e volantes — setor visto como prioridade para neutralizar as investidas adversárias.

O peso emocional e as promessas da Nação

Além de jogadores e comissão técnica, ídolos do clube também se manifestaram. Léo Moura, ex‑lateral e figura marcante na história rubro‑negra, entrou na brincadeira das promessas e prometeu um retorno simbólico ao seu moicano caso o Flamengo conquiste a Libertadores.

“Vou vestir o Manto Sagrado para torcer pelo nosso Mengão na final da Libertadores. Essa final promete demais, e vamos buscar o Tetra inédito. Decidi embarcar na onda das promessas que a ESPN e a Disney lançaram. Quero deixar minha promessa aqui em primeira mão: se o Flamengo for campeão da Libertadores, eu prometo voltar a usar o moicano tão famoso que fez muito sucesso na minha época de jogador. Até porque, se vocês repararem, a logo da Libertadores nada mais é do que um moicano dourado. Em homenagem à Glória Eterna, a esse Tetra inédito, vou voltar com o moicano”

Gestos assim alimentam a expectativa da torcida e aumentam o componente afetivo que envolve o momento. Para os atletas, a mistura de apoio e cobrança chega como combustível adicional para a busca pelo título.

Jogadores que podem decidir e duelos para observar

Do lado do Flamengo, nomes com capacidade de desequilibrar são Arrascaeta — pela visão de jogo e qualidade nas decisões — e Bruno Henrique, pela capacidade de finalizar e de atuar como referência. No meio‑campo, Jorginho e Pulgar são peças para controlar ritmo e proteger a defesa.

Na defesa, Léo Pereira e Danilo terão desafio direto com as transições e a velocidade de Vitor Roque; a entrada de Léo Ortiz pode mudar o perfil físico e posicional da retaguarda caso seja exigida mais imposição no confronto direto.

O que o Flamengo precisa fazer para vencer

Para levar a taça, o Flamengo terá de mesclar solidez defensiva com explosão ofensiva nas horas certas. Controlar as transições do Palmeiras, explorar falhas nas linhas adversárias e manter a disciplina tática serão determinantes. Aproveitar bola parada e momentos de desatenção do rival também pode ser um diferencial.

A gestão do jogo por Filipe Luís — escolhendo o momento de pressionar e o momento de compactar — terá papel crucial. Substituições certeiras e leitura das mudanças do adversário poderão definir o resultado em uma partida tão equilibrada.

Impacto e legado de um título continental

Se o Flamengo conquistar a Libertadores, o feito ampliará a história do clube no continente e estabelecerá novo marco para clubes brasileiros. Além do aspecto esportivo, o título amplia prestígio, valor de mercado de jogadores e a narrativa de uma temporada vitoriosa.

Para os jogadores e para a comissão técnica, a decisão em Lima representa também o fechamento de um ciclo de trabalho e escolhas que colocaram o Flamengo novamente em uma final de alto calibre.

Reta final: decisões e última palavra de Filipe Luís

A definição dos 11 titulares do Flamengo só será anunciada pouco antes da partida, mas as indicações de treino e as condições físicas apontam para a manutenção da base com ajustes pontuais. Filipe Luís, ciente das ausências e das opções, terá de equilibrar ousadia e pragmatismo.

Nos próximos momentos até o início da partida, o foco da equipe estará na recuperação física, repetições táticas e no preparo mental. A expectativa da Nação, do elenco e da comissão é que, com foco e entrega, o Flamengo entre em campo pronto para disputar cada lance da final.

Conclusão

O confronto com o Palmeiras, agendado para sábado (29), às 18h, no Monumental de Lima, reúne tudo o que o futebol continental tem de melhor: história, rivalidade, ataque veloz contra defesa organizada e o componente emocional que só uma final oferece. O Flamengo entra para essa partida com responsabilidades e alternativas, e dependerá da leitura de jogo, da entrega coletiva e da capacidade de transformar oportunidades em gols para conquistar a Glória Eterna.

Seja qual for o desfecho, a presença do Flamengo na final reforça o protagonismo do clube no cenário sul‑americano em 2025 e mantém a Nação em sintonia total com cada momento da decisão.