Flamengo x PSG: clima leve, desfalques do rival e a última palavra de Filipe Luís antes da final

O clima que envolve o Flamengo antes da final da Copa Intercontinental com o PSG mistura descontração e foco total: enquanto o elenco segue fechando detalhes táticos nos treinos, momentos de leveza na coletiva reforçam a união do grupo rumo ao confronto de amanhã (17/12/2025).

Brincadeira entre Filipe Luís e Diego Alves dá tom de confiança

Um dos episódios mais comentados da véspera ocorreu na entrevista coletiva: Diego Alves, amigo e ex-companheiro de Filipe Luís, assumiu o papel de “repórter” e fez a última pergunta, arrancando risadas e mostrando que a atmosfera interna do time está tranquila antes do duelo decisivo.

“Estamos prestes de um grande jogo, uma grande final. Se você olha para trás, no final de 2023, quando anuncia sua aposentadoria, que para mim poderia ter sido antes (risos), queria saber o seguinte. Você teve que passar por uma transição de carreira que não é fácil, de jogador para treinador… O que você pensa e o que passa na cabeça?”

Filipe Luís respondeu com bom humor e recordações pessoais, valorizando a experiência na base como etapa formadora de seu estilo e de sua capacidade de lidar com jogadores e com a pressão do dia a dia no profissional.

“Próximo (risos). Lembrando dessa história, quando fui te dar carona e você derrubou café no meu carro, como eu sonhava em ser treinador, a gente já conversava sobre isso. O passo pelo Sub-17 foi uma das coisas mais importantes na minha trajetória. Consegui me experimentar, errei muito mais do que acertei, e a base permite esses testes. Foi muito importante para chegar no profissional e saber lidar com o jogador, apresentar uma preleção, falar no treino.”

O episódio ilustra não apenas amizade e história em comum, mas também a maturidade do ambiente rubro-negro, que busca balancear leveza e seriedade antes de uma decisão de grande magnitude.

Último treino: definições e alternativas

Depois da coletiva, Filipe Luís comandou o último treino do Flamengo antes da final, atividade usada para ajustar posicionamentos, ritmo de jogo e decidir o time que começará em Al Rayyan.

Ao longo da semana, a comissão técnica manteve a base, mas testou variações que podem ser decisivas diante das características do adversário francês, especialmente em transição e na ocupação dos flancos.

Uma escalação trabalhada nos treinos e comentada entre profissionais foi: Rossi; Varela, Danilo, Léo Pereira e Alex Sandro; Erick Pulgar, Jorginho e Arrascaeta; Plata (ou Carrascal), Samuel Lino e Bruno Henrique.

Mais do que nomes, Filipe Luís busca confirmar um equilíbrio entre proteção defensiva e velocidade no ataque, alternativas que podem variar conforme o que o PSG apresentar em campo.

Como o Flamengo chegou à final

O caminho rubro-negro até a decisão foi marcado por partidas sólidas e gols importantes. Na estreia, o Flamengo venceu o Cruz Azul por 2 a 1, com Arrascaeta sendo peça-chave e balançando as redes duas vezes naquela partida.

Na sequência, a vaga na final veio com uma vitória por 2 a 0 sobre o Pyramids, com gols de Léo Pereira e Danilo, resultado que confirmou a consistência defensiva e a capacidade ofensiva do grupo.

Esses resultados refletem o momento do elenco e justificam a confiança que vem sendo mostrada internamente pelo time e pela comissão técnica.

PSG com mudanças: desfalques e dúvidas que influenciam a estratégia

O PSG chega à final sem poder repetir integralmente a escalação que venceu a Champions League em maio. A negociação do goleiro Donnarumma e a ausência de Hakimi, que se recupera de lesão no tornozelo esquerdo, alteram o perfil defensivo do adversário.

Além dessas baixas, Marquinhos e Dembélé aparecem como dúvidas: ambos foram relacionados para a decisão, mas chegam com limitações físicas que condicionaram sua participação em jogos recentes.

Essas incertezas modificam a organização tática do PSG e criam pontos que o Flamengo pode explorar, sobretudo nas faixas laterais e em transições rápidas, onde duplas não tão entrosadas podem cometer deslizes.

Arbitragem confirmada: trio dos EUA no apito

A FIFA definiu a equipe de arbitragem para a final: Ismail Elfath será o árbitro principal, com Parker Corey e Atkins Kyle como assistentes de linha.

O VAR também será conduzido por um profissional norte-americano: Chapman Allen. A escolha por um grupo da mesma nacionalidade visa facilitar a comunicação e a padronização de critérios durante uma partida decisiva.

Discursos de comando: Jorginho e Danilo assumem papel motivacional

Vozes experientes têm se destacado no vestiário. O volante Jorginho, jogador com passagem vitoriosa na Europa, pediu uma atuação além do comum para bater o PSG e buscar o título.

“A partida perfeita seria necessária! Pelo jogo que é, pela grandeza que é e a equipe que vamos enfrentar. A gente precisa ir além dos limites para poder ganhar um jogo assim. A gente sabe disso e estamos trabalhando para isso. É esperar amanhã e ver o que vai acontecer”

O zagueiro Danilo também ressaltou o peso simbólico da final e o que uma conquista representaria para coroar o trabalho coletivo do grupo.

“Vencer essa competição em si, contra o PSG, significaria, realmente, um selo de qualidade daquilo que tem sido desenvolvido nos últimos tempos. Obviamente, é uma partida difícil, mas como se trata de uma grande partida, existe uma ilusão grande de vencer e poder representar a grandiosidade do futebol brasileiro”

As falas refletem a liderança interna do elenco e a ambição de quem busca transformar o trabalho da temporada em reconhecimento internacional.

Respeito do rival: Luis Enrique reconhece o nível do Flamengo

Do outro lado, o técnico do PSG reforçou nas entrevistas o respeito ao Flamengo e a importância histórica da partida para o clube francês, que disputa a final pela primeira vez.

“Quando você está num time grande, cada vez que perde vai importar. É a primeira vez na história do PSG que chegamos a essa final. É muito importante para o Flamengo, muito importante para nós”

Luis Enrique também destacou o nível técnico do elenco rubro-negro e a experiência de atletas que passaram pela Europa, reafirmando que o confronto será encarado com máxima seriedade pelo adversário.

“Vejo o Flamengo com grande nível, top. Demonstrou isso e amanhã vai demonstrar. A experiência também de jogadores que atuaram na Europa pesa. Ninguém duvida do nível dos jogadores sul-americanos”

Onde assistir e horário

A final está marcada para amanhã, 17/12/2025, às 14h (horário de Brasília), no Estádio Ahmad Bin Ali, em Al Rayyan, no Catar.

Torcida e imprensa estarão atentas à transmissão e à cobertura do jogo, que promete mobilizar a Nação rubro-negra em busca do bicampeonato mundial.

O que está em jogo além do troféu

Além do prestígio esportivo e da possibilidade de confirmar a qualidade do trabalho do clube em nível internacional, há também uma premiação financeira significativa em disputa: o campeão da Copa Intercontinental receberá US$ 5 milhões.

Para o Flamengo, conquistar a competição representaria o fechamento de uma temporada de alto nível e a valorização ainda maior do elenco no cenário global.

Fragilidades do rival e caminhos táticos para o Flamengo

Com alterações na formação titular do PSG, o Flamengo tem a oportunidade de explorar falta de entrosamento em setores-chave. As laterais e as trocas de marcação por parte do adversário podem ser pontos de pressão para a equipe brasileira.

Filipe Luís pode optar por estratégias que envolvam pressão alta em momentos pontuais, transições rápidas para aproveitar eventuais desajustes defensivos e presença intensa pelos flancos, usando a velocidade de atacantes e alas para criar desequilíbrios.

Outra alternativa é o Flamengo explorar bolas paradas e posicionamentos ofensivos que forcem o deslocamento de zagueiros pouco acostumados a uma rotina específica, obrigando o adversário a ajustar formações durante o jogo.

Expectativa da Nação e impacto para a história do clube

Para a torcida do Flamengo, a final tem um significado especial: a chance de confirmar um patamar elevado no futebol mundial e de construir mais uma lembrança histórica que reforça a grandeza do clube.

O impacto de uma possível conquista vai além do troféu: fortalece a imagem do elenco, aumenta a visibilidade internacional e solidifica o legado técnico do trabalho desenvolvido ao longo da temporada.

Últimas recomendações táticas e a palavra final de Filipe Luís

Na véspera, além dos testes práticos, Filipe Luís deixou claro que a decisão será tomada com base em leitura de jogo, adaptação às condições do adversário e manutenção do controle emocional do grupo.

O técnico privilegiou, durante os treinos finais, ajustes que permitam ao time ser agressivo sem perder a organização, combinando solidez defensiva com transições que aproveitem as qualidades individuais dos jogadores.

Na manhã que antecede a decisão, a mistura entre descontração — simbolizada pela conversa entre Filipe Luís e Diego Alves — e trabalho intenso traduz o estado de espírito do Flamengo. A Nação, por sua vez, já se prepara para acompanhar cada minuto de uma partida que pode entrar para a história do clube.

Amanhã (17/12/2025), a bola rolará e o capítulo final será escrito em campo: cabe ao Flamengo transformar preparação, liderança e união em desempenho para buscar mais um título internacional.