Willian Arão voltou a falar sobre a temporada de 2019 e como aqueles momentos marcaram sua trajetória no Flamengo. Em participação no evento Craque do Amanhã, o meio-campista destacou a força do grupo, a presença da torcida e as cobranças que ajudaram a moldar o elenco bicampeão nacional e campeão da Libertadores.
Memórias de 2019 e o Maracanã
Arão disse que revisitar os lances nas redes sociais provoca saudade e reforça o quanto o ambiente do time e o apoio do Maracanã foram determinantes nas decisões da temporada.
“Direto estou mexendo no Instagram e passa um reels com os lances, os gols daquele time, as jogadas. Bate uma saudade. Foi um momento incrível. Todo mundo estava no melhor momento”
Para o meio-campista, a confiança interna e o preparo tático tornavam os jogos mais controláveis, especialmente diante da massa rubro-negra, que fazia o estádio parecer um diferencial desde o apito inicial.
“A gente sempre respeitou muito os adversários. Mas, em determinado momento, já sabíamos que iríamos ganhar, uma vez que estávamos com a confiança muito alta, jogando bem. Principalmente no Maracanã, já começava 1 a 0 com o apoio da torcida. Sempre respeitamos os adversários. Aliás, acho que isso era a nossa maior arma. A gente se preparava para jogar contra os melhores, sempre. A maioria dos jogos acabava ficando fácil por isso.”
Broncas, convivência e legado
Arão afirmou que as cobranças intensas, lideradas por Jorge Jesus, foram fundamentais para a evolução do grupo e para o padrão de exigência diário no Ninho e nos jogos.
“Ele pegava pesado. O Diego (Ribas) também. Sempre com respeito os dois, claro. Mas a cobrança era firme. O Jorge era pior. O do Jorge não podia nem responder, já que era treinador (risos). Ele ia responder aquele ‘foda-**, pá’”
O jogador também traçou paralelo entre a intensidade do treinador e a postura de companheiros, citando convivência com estrelas e episódios de tensão em campo, como discussões com Filipe Luís durante partidas decisivas.
“Jorge, Jorge. O Neymar é tranquilo, ele é tranquilão. Ele é assertivo, fala na hora que tem que falar, no momento certo. A convivência com ele é muito boa, um cara fantástico. Super receptivo.”
“Jorge também (mais intenso). O Filipe era muito chato dentro do campo. Fora dele a gente também discutia, mas não muito. A gente conversava mais sobre futebol do que discutia. Mas no campo, com os nervos à flor da pele, você acaba… tinha aquele episódio do jogo contra o Grêmio que acabamos discutindo.”
Willian Arão disputou 371 jogos pelo Flamengo entre 2016 e 2022, marcou 34 gols, deu 20 assistências e foi peça-chave em 12 títulos com o Manto Sagrado. Mesmo após as broncas, o meia guarda respeito pela relação profissional com Jorge Jesus, que seguiu também no Fenerbahçe.