A dívida operacional do Flamengo recuou para R$ 96 milhões, informou o clube na última segunda‑feira (23), aproximando‑se do chamado “zero” financeiro após uma redução expressiva em 2025. Trata‑se de uma queda de R$ 250 milhões em relação a 2024, quando o passivo estava em R$ 346 milhões, e de um avanço significativo na desalavancagem do clube — que, há mais de uma década, já registrou valores próximos de R$ 800 milhões.
Como o clube conseguiu a redução
O principal motor da queda foi a temporada esportiva de alto rendimento aliada a receitas extraordinárias. Em 2025, o Flamengo ultrapassou R$ 2,1 bilhões em arrecadação, resultado de premiações, transferências de atletas e receitas comerciais. Esses recursos permitiram amortizações relevantes do passivo operacional e melhoraram o fluxo de caixa.
A gestão financeira do clube combinou disciplina de gastos com aproveitamento das receitas de desempenho. A trajetória também reflete um processo de desalavancagem iniciado anos antes — em 2019 a dívida estava em R$ 466 milhões — e que ganhou tração com os resultados em campo e com a capacidade de monetizar ativos e premiações.
O que muda para 2026
Com a dívida operacional reduzida a R$ 96 milhões, o Flamengo entra em 2026 com maior margem de manobra para decidir investimentos esportivos sem comprometer o equilíbrio fiscal. O presidente Luiz Eduardo Baptista tem sinalizado que a diretoria avaliará futuras contratações e projetos com critério, mantendo o foco na sustentabilidade financeira.
O cenário permite ao clube disputar competições como a Recopa Sul‑Americana e a Copa do Brasil com mais tranquilidade, ao mesmo tempo em que planeja preservar liquidez para eventuais oportunidades de mercado. A expectativa é de continuidade na redução do endividamento caso as receitas se mantenham estáveis; entretanto, o clube terá de monitorar custos e riscos inerentes a lesões, flutuações de mercado e eventuais mudanças na precificação de transferências.
Perspectiva
A combinação entre resultados esportivos e uma gestão financeira mais conservadora coloca o Flamengo em trajetória de desalavancagem gradual. A continuidade desse movimento dependerá da manutenção das receitas de desempenho, do aproveitamento eficiente de ativos e da disciplina nos investimentos futuros.