O Flamengo retomou a liderança do Brasileiro em um jogo quase perfeito, em que a subida de produção de seus meias provocou o esperado salto de qualidade na atuação. Paquetá e Diego, autores dos gols da vitória sobre o Bahia, no Maracanã, destoaram positivamente, mas Everton Ribeiro compôs uma trinca dinâmica que encaixou nesta quinta-feira e levou à vitória por 2 a 0.
Sem sustos e com um futebol maduro apresentado em termos de ideia de jogo, o time de Barbieri voltou à ponta da tabela, com 17 pontos, diante de 55 mil torcedores. No domingo, a equipe recebe o Corinthians também no Maracanã.
– A gente vem trabalhando para isso, acertando os detalhes, para evoluir e segurar a liderança. Tem que estar concentrado, fiz um bom jogo – disse Paquetá.
O Flamengo começou bem, com alta mobilidade de seus meias, revezando na saída de bola para compensar a presença de Jonas. Paquetá voltou a recuar mais, e também conseguiu se adiantar para concluir as jogadas. Foi ele que levou maior perigo na primeira etapa, com três finalizações e um gol. Presente na lista de 35 de Tite para a Copa do Mundo, o meio vinha sobrecarregado pelo excesso de jogos, mas voltou a exibir bom jogo e vigor físico.
Diego e Everton Ribeiro também. Ambos armaram mais por dentro, já que o Flamengo não conseguia jogar com seus laterais, e ajudaram no crescimento de Paquetá. Os laterais do Flamengo que demoraram a aparecer. O que dificultou a transição e a penetração na bem postada defesa do Bahia. O fato de Dourado não dar opção para prender a bola no ataque também foi um fator que fez o Flamengo ficar com a bola muito tempo sem causar perigo.
Renê é elemento surpresa
A solução ofensiva apareceu pelo lado esquerdo e de onde menos se esperava. Em troca de passes veloz, Diego começou a jogada que terminou dentro do gol, tirando o goleiro da frente com um drible esquisito após passe meio na sorte de Renê. O lateral quis provar que não foi por acaso. Em jogada semelhante na sequência, deu bola açucarada para Paquetá, que concluiu com categoria e encobriu o goleiro na cavadinha.
Com o resultado a favor e estabelecido, o Flamengo fez o mesmo jogo no segundo tempo, mas compacto na defesa em busca do contragolpe e ritmo cadenciado. E aí apareceu ainda mais Vinicius Junior, com campo aberto pela frente. Na primeira chance, tomou a decisão errada e o time desperdiçou a finalização.
Sem os meias tão dinâmicos, o time economizou fôlego para o golpe final que não veio. Até porque o Bahia veio com tudo para um jogo franco e exigiu da defesa, até então muito bem. A perda de Léo Duarte, lesionado, e a entrada de Thuler não diminuiu o nível.
Os laterais Renê e Rodinei mantiveram a boa partida defensivamente, subindo só na boa. E Diego Alves evitou os maiores perigos com grandes defesas. A entrada de Rômulo no intervalo no lugar de Jonas mudou pouco o time. Henrique Dourado, muito isolado, também saiu, e Jean Lucas fechou mais o meio e liberou os meias, alteração que Barbieri tem repetido.
Tudo pensado e bem executado. Não é por acaso que o Flamengo está na liderança.