Flamengo frustra torcida e perde para o Cruzeiro pela Libertadores

No campo do Maracanã, havia um trabalho que já passou de dois anos e outro que está por atingir cinco meses. O trabalho mais longo, o de Mano Menezes, resultou num time que seguiu à risca um plano e jogou um futebol a que está habituado. Já o Flamengo de Maurício Barbieri jamais resvalou no estilo que o caracterizou em suas melhores atuações. Talvez por aí seja possível a entender porque o Cruzeiro fez 2 a 0 e deixou o Flamengo à beira da eliminação nas oitavas de final da Libertadores.

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Talvez não seja só o tempo, mas em futebol ele sempre influencia. Os melhores momentos do Flamengo no ano foram jogados num nível bem alto para os padrões brasileiros. Mas a sensação é que se trata de um equilíbrio instável, vulnerável a qualquer pequena alteração, como se ainda falta consistência. E justo no jogo mais importante, a perda de Lucas Paquetá teve seu impacto. E Barbieri não encontrou um funcionamento sem um de seus pilares.

Foram 25 minutos de calamidade, seguida pela dificuldade de criação até o intervalo. Junto a Cuéllar e Diego, Paquetá forma o setor que é pilar da construção de jogadas. Como Éverton Ribeiro joga partindo da extrema direita para se somar ao centro do campo, é possível dizer que todos os jogadores de bom passe, de imposição de ordem no campo, estão no time titular do Flamengo. No elenco atual, substituir um deles é desafiador.

Entrou Jean Lucas que, além de muito jovem, até aqui se mostrou mais condutor de bola do que um jogador associativo. Uma outra linguagem de futebol. Toda a estrutura do time se desfez.

O Flamengo não tinha aproximação para trocar passes, não criava, recompunha mal e dava um descomunal espaço entre suaslinhas ao perder a bola. Por ele, Arrascaeta, Thiago Neves e Robinho flutuavam à vontade. A infiltração, quase sempre, era pelo lado esquerdo defensivo do rubro-negro. Por ali Robinho serviu Arrascaeta para o gol. Mais tarde, surgiu para dar a Thiago Neves o segundo, que a trave evitou.

O Flamengo até conseguiu impedir mais contragolpes, mas nunca teve fluência na troca de passes. Preocupado em preencher o meio, Diego aparecia menos para auxiliar Marlos. Everton Ribeiro buscava menos o centro. Era outro Flamengo, outra engrenagem, um funcionamento muito pior.

E eram cruzamentos demais da intermediária. Uribe até acertou uma cabeçada perigosa em passe de Rodinei no segundo tempo, mas a sensação do gol nunca era clara. E pior: tentando acrescentar poder ofensivo, Barbieri tirou Jean Lucas, colocou Vitinho e formou o meio com Cuéllar, Diego e Éverton Ribeiro. O contra-ataque do segundo gol do Cruzeiro passou a ser questão de tempo diante de um time tão exposto.

O Flamengo teve a bola, o Cruzeiro ficou com as chances.Até Thiago Neves ampliar.

Fonte: https://oglobo.globo.com/esportes/flamengo-frustra-torcida-perde-para-cruzeiro-pela-libertadores-22962375