RMP: “Adeus às ilusões rubro-negras”

FOTO: GAZETA PRESS

Dias depois de ser eliminado da Libertadores, o Flamengo começou a se despedir também do Brasileiro. A derrota para o penúltimo colocado do campeonato, o Ceará, num Maracanã com mais de 50 mil torcedores, é daqueles resultados que desmoraliza e descredencia qualquer postulante ao título. Um vexame e uma humilhação para o time, seu treinador, o presidente e os dirigentes do departamento de futebol – todos devidamente vaiados, chamados de sem-vergonha e brindados com sonoros palavrões pela torcida enfurecida.

Não é possível que uma equipe recheada de jogadores caríssimos passe os 90 minutos apenas cruzando bolas altas sobre a área adversária. No jogo de ontem, foram 46 tentativas, nenhuma delas com sucesso. É inacreditável que o técnico não seja capaz de alterar essa forma patética de ataque.

Por que não treina jogadas ensaiadas, como tabelas e triangulações? Por que foram banidas as ultrapassagens, para que laterais ou pontas cheguem à linha de fundo e cruzem, rasteiro, para a conclusão do centroavante e dos homens que vêm de trás? Por que não chutar (muito) mais da entrada da área? Trata-se do beabá da bola. Mas nem isso o “estagiário” consegue implantar. Deplorável.

O Flamengo de Maurício Barbieri é um time de irritantes rodopios sem sentido e improdutivos toquinhos para os lados e para trás. Um campeão mundial de recuos para o próprio goleiro. Uma equipe que atua no estilo arame liso: cerca, cerca e cerca, mas não machuca ninguém.

Pior: nos últimos cinco anos e meio, o Flamengo virou um clube cujo destino, no futebol, se tornou, invariavelmente, o fracasso e a frustração. Sempre encarados com aquele ar blasé e conformado. A cara de Eduardo Bandeira de Mello e seus pares. Muito competentes em finanças, mas absurdamente arrogantes e incompetentes quando o assunto é futebol.

O maior exemplo disso é o tal Centro de Incompetência, que gasta fortunas para contratar e, apenas este ano, trouxe bondes como Dourado, Marlos Moreno, Uribe e (até prova em contrário) Vitinho. Laterais? Nem pensar. Dizem que o Flamengo não precisa. Pelo andar da carruagem, a temporada rubro-negra de 2018 terminará sem um título sequer. Nem mesmo o do Carioquinha…

É nessas horas que me lembro do divertido título de uma antiga peça de teatro: “Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá”.

Reprodução: Blog do Renato Maurício Prado

Fonte: http://colunadoflamengo.com/2018/09/rmp-adeus-as-ilusoes-rubro-negras/