#Restrospectiva2018: A nova era Landim

Por: Higor Neves

No início do ano, o Flamengo vivia diversas indefinições: dúvidas no elenco, falta de um treinador após a saída de Reinaldo Rueda, dentre outras questões envolvidas nos bastidores. Entretanto, o que todos já sabiam era que, ao final de 2018, uma nova eleição presidencial aconteceria no clube. Desta vez, com a certeza de que o presidente atual não seguiria no posto. Isso porque, Eduardo Bandeira de Mello, com dois mandatos seguidos no clube (2013 a 2015 e 2016 a 2018) não poderia mais ser reeleito.

Apesar de a votação ter ocorrido apenas no dia 08 de dezembro, as disputas internas se iniciaram bem antes disso, por conta de questões políticas. Uma delas era em relação a quem seria o indicado da atual diretoria para se candidatar à presidência: Claudio Pracownik, à época, vice-presidente de Finanças e Administração, era uma das opções da situação. Contudo, no fim das contas, Ricardo Lomba, que passou a fazer parte da diretoria rubro-negra em outubro de 2017, no cargo de VP de Futebol, foi o escolhido.

Pouco depois, Pracownik deixou seu cargo no Flamengo, com a ideia de focar em sua carreira profissional. No início, essa poderia ser a ideia. Porém, no dia 01 de setembro, ele tomou partido na disputa presidencial do Flamengo, declarando apoio a Rodolfo Landim, candidato que veio a vencer a disputa e será o comandante do Rubro-Negro entre 2019 e 2021.

#Restrospectiva2018: A nova era Landim

A candidatura de Landim, aliás, já havia sido lançada oficialmente no mês de agosto. E, desde o anúncio, ele provou que viria forte. Afinal, na campanha, Landim teve nomes como Zico e Marcio Braga ao seu lado. É claro que faria total diferença ter o maior ídolo da história do clube como um de seus apoiadores. Além disso, Landim ainda contava com antigos dirigentes do Fla, como Wallim Vasconcelos e Luiz Eduardo Baptista, o “Bap”, que participaram do início da gestão Bandeira.

No entanto, a corrida presidencial não se restringiu apenas a Landim e Lomba. José Carlos Peruano e Marcelo Vargas foram mais dois opositores da atual diretoria. No caso desses dois, a campanha teve tendência a um apelo ao lado mais emocional. Conhecidos por serem “torcedores de arquibancada”, Peruano e Vargas apresentavam suas principais ideias com o foco em precificação de ingressos e retorno da “massa” aos estádios de futebol.

Paz e tumulto andaram juntos

Protagonistas na disputa, Rodolfo Landim e Ricardo Lomba demonstravam, em declarações públicas, respeito mútuo. Foi assim durante do debate promovido pelo Coluna do Flamengo e o Blog Ser Flamengo. Entretanto, nos bastidores, não foi bem assim. Não necessariamente por conta dos candidatos, mas sim de seus grupos políticos.

#Restrospectiva2018: A nova era Landim

Prova disso foi uma polêmica pesquisa enviada a sócios do clube, com questões tendenciosas, levantando suspeitas sobre um possível problema judicial envolvendo Rodolfo Landim na “Operação Lava Jato”, rede de investigação conduzida pela Polícia Federal. Enquanto isso, do outro lado, Ricardo Lomba chegou a ter a validade de sua candidatura ameaçada. Isso porque, por ser servidor federal, havia brechas no estatuto do clube que poderiam considerar o cargo de Lomba como uma irregularidade. Mas, isso não foi a frente.

Em 08 de dezembro, foi novamente dia de paz. E dia de votação. Apesar de breve desentendimento entre Eduardo Bandeira e um eleitor de Landim, a maior parte do tempo foi com clima ameno. Inclusive com os próprios candidatos. Prova disso é que, ao fim da apuração de votos, por volta das 21h, os grupos de Lomba e Landim se uniram no ginásio e, com os dois principais envolvidos na disputa abraçados, o hino do Flamengo foi cantado por todos.

O resultado

Nos números, a superioridade de Rodolfo Landim foi considerável. O opositor, encabeçando a Chapa Roxa, levou 61% dos votos. Enquanto isso, Lomba teve 35% dos votantes a seu favor. Vargas ficou em terceiro, com 1,3%, e Peruano foi o último, acumulando apenas 0,7%. Com a vitória, Landim se tornou o novo responsável pelo comando nos próximos anos e, a partir de 01 de janeiro de 2019, o Clube de Regatas do Flamengo terá um novo presidente, após seis anos de Bandeira no posto.

Fonte: https://colunadoflamengo.com/2018/12/restrospectiva2018-a-nova-era-landim/