Início de ano, época em que os clubes brasileiros divulgam a numeração oficial de seus jogadores para a temporada. O que os elencos de Cruzeiro, Atlético-MG, Corinthians, Flamengo, Internacional e Palmeiras – isso para citar só alguns -, têm em comum em 2019? Nenhum destes plantéis tem a camisa 24 preenchida/ocupada. A explicação para a rejeição ao número é social e, obviamente, está ligada às ideias de masculinidade e homofobia, estreitamente arraigadas à prática esportiva, especialmente ao futebol.
Já segue a gente no Instagram? Clique aqui e venha para a Casa dos Torcedores!

A ligação entre o número 24 e o universo LGBT, especificamente no Brasil, remete ao popular e contraventor jogo do bicho. No jogo, onde cada animal representa uma série numérica, o veado é o número 24. Por conta de diversas simbologias, este animal passou a ser atrelado pejorativamente aos homossexuais, e tal alcunha

Fica a reflexão: em um espaço onde pessoas se esquivam até da possibilidade de serem associadas à homossexualidade, o que aconteceria com atletas que de fato se assumissem gays? Como seria o tratamento nas arquibancadas, nos vestiários e nos treinamentos? Imagina-se que semelhante ao que acontece na sociedade como um todo: a violência contra LGBTs aumenta exponencialmente a cada novo ano, sendo o Brasil o líder atual nas estatísticas de crimes de homofobia. Precisamos mudar essa realidade de ódio e agressão em todas as estruturas sociais, inclusive no futebol e no esporte como um todo.