Matheus Brum: “Vergonha!”

Olá, companheiros e companheiras do Coluna do Fla. Todo mundo de cabeça quente hoje, não é mesmo? Infelizmente, além de irritado, estou envergonhado com o que vi ontem À noite no Equador.

O cenário já era caótico na escalação de Jorge Jesus. A escolha por dois laterais na direita, trouxe recordações desagradáveis de Libertadores anteriores, quando estávamos sob comando de Zé Ricardo.

Infelizmente, o que parecia ruim na teoria, se confirmou na prática. Dentro de campo, jogamos absurdamente mal. Tivemos mais posse de bola (66,4%) que o Emelec , mas em 50,8% deste tempo, a bola ficou no meio-campo. Ou seja, fomos inefetivos no ataque. O trio Arão, Diego e Gerson não se encontrava, e pela direita, Rafinha não conseguia dar prosseguimento as jogadas.

Sem meio e sem uma das pontas, o Flamengo se tornou inoperante, levando pouquíssimo perigo a meta do Emelec. Para piorar a situação, logo no início da partida, tomamos um gol RI-DÍ-CU-LO, onde haviam SEIS jogadores rubro-negros na área, contra apenas um do lado equatoriano (com condições de marcar). NINGUÉM se preocupou em fechar o espaço para a finalização. Além da falha da zaga, o gol contou com uma “ajudinha” do goleiro Diego Alves.

Com o gol, o mandante recuou. Mesmo com superioridade técnica e com a bola mais tempo no pé, o Flamengo não conseguia propor o jogo. Em alguns momentos, os equatorianos subiam a marcação, deixando o sistema defensivo rubro-negro em maus lençóis. Sem aproximação e toques rápidos e curtos, viramos “presas fáceis”. Para sair da pressão, era bico para frente, que, quase como sempre, ia para lateral.

Na segunda etapa, buscando ser mais ofensivo, Jorge Jesus saca Rodinei e coloca Lincoln. Assim, Rafinha foi para a função de lateral direito. A equipe até ganha em produção ofensiva. Entretanto, o atacante formado na base, perde um gol incrível, que poderia recolocar o Flamengo na partida.

Tentando melhor o equilíbrio do time, Jorge Jesus saca Arão e Gerson, colocando Cuéllar e Lucas Silva, respectivamente. O primeiro, quando foi acionado, funcionou. O segundo, foi mal demais. Não conseguiu dar sequencia as jogadas, prejudicando as transições e as jogadas ofensivas.

Para piorar o quadro, Renê falha de forma BISONHA no segundo gol do Emelec, sepultando qualquer possibilidade de pelo menos um empate fora de casa.

Este, sem sombra de dúvidas, foi um dos piores jogos do Flamengo na temporada. O jogo reflete o perigo que é trocar de projeto no meio da temporada. Como disse no pós-jogo da TV Coluna do Fla, para mim, a derrota tem que cair na conta da diretoria, que montou o elenco e o confiou a Abel Braga, para que em cinco meses fosse demitido, quando todos sabíamos que era um técnico ultrapassado.

As lesões em sequencia prejudicam demais o trabalho do português, que não consegue escalar o time base para ganhar entrosamento, trabalhar as interações entre os jogadores e com o sistema tático em si.

Nem mesmo as características como progressão ao ataque, buscar passes nos espaços abertos pela marcação adversária, profundidade e amplitude, que eram marcas até então do JJ, prevaleceram. Foi um jogo pobre, onde o Flamengo não encontrou nenhuma forma de conseguir deixar estes problemas de lado e fazer uma atuação consistente.

Para o confronto contra o Botafogo, neste final de semana, aconselho a utilização de equipe reserva, para dar tempo para que os titulares treinem visando a volta da Libertadores, na quarta-feira quem.

E, para nós torcedores, peço para que façamos uma novena para São Judas Tadeu, para que ele nos abençoe e evite de mais uma humilhação na semana que vem.

Matheus Brum
Jornalista
Twitter: @MatheusTBrum

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Fonte: https://colunadofla.com/2019/07/matheus-brum-vergonha/