Abel Braga deixou o Flamengo há mais de dois meses – pediu demissão em 29 de maio – mas seu nome ainda dá o que falar quando ligado ao clube da Gávea. Com muitos amigos no futebol, sobretudo ex-jogadores, o treinador sofreu severas críticas com relação ao seu trabalho, mas também houve quem o defendesse. Foi o caso do Maestro Júnior, em publicação na última sexta-feira (02): “Muito melhor ser da Turma do vinho, do que da Turma dos sem caráter !!! Viva a vida com bons amigos, e sobretudo com um bom vinho!!”
Neste sábado (03), em seu Instagram, o jornalista Mauro Cezar Pereira publicou um texto sobre caráter e o papel do jornalista, em clara alusão à postagem do ídolo rubro-negro: “Jornalista não tem que ser amigo de técnico. Jornalista não tem que ser amigo de jogador. Jornalista não tem que ser amigo de dirigente. Jornalista tem que falar com jogadores, técnicos e dirigentes. Jornalistas têm que manter a independência para escrever matérias que agradem ou desagradem jogadores, técnicos e dirigentes. Mesmo com microfone nas mãos, ex-jogador, ex-técnico e ex-dirigente não é jornalista, apenas alguém que passou a vida no futebol e agora tem uma tribuna. Nela, pode ser honesto ao fazer suas análises ou corporativista, defendendo incondicionalmente jogadores, técnicos e dirigentes. Pior, defendendo seus amigos e sendo rigoroso com quem vem de fora. Isso não é profissional, mas um desrespeito com a empresa que paga os salários e com o público. Mas há exceções, claro. Por essas e outras minha maior referência na opinião esportiva é um ex-jogador: Tostão. Homem culto, independente, sensível e equilibrado, que faz questão de manter distância daqueles que são alvo de seus comentários. Que caráter!” Confira:

REPRODUÇÃO: INSTAGRAM
À época da demissão de Abel Braga do Flamengo, Mauro Cezar foi dos mais ferrenhos críticos do treinador por não conseguir fazer o time jogar bem, mesmo com o farto material humano à disposição. Júnior, por sua vez, criticou a forma como o desligamento foi feito e saiu em defesa de ‘Abelão’, fazendo ponderações também sobre a chegada do português Jorge Jesus. O que deveria ser apenas uma discussão sobre o ‘clube do vinho’ – expressão usada pelo jornalista para se referir ao treinador e ao grupo de amigos que o defende – subiu de tom e ganhou proporções além do esperado.