O Flamengo passou a investir pesado na base na segunda metade da década passada e começou a colher os frutos nas últimas três temporadas. Jorge, Paquetá, Vinicius Junior e outros jovens talentos que deixaram a Gávea antes de terem a oportunidade de se consolidar na história do clube.
A mais nova revelação que está a caminho da Europa é o meia-atacante Reinier Jesus. O rubro-negro e o Real Madrid entraram em acordo e o negócio deve ser fechado no dia 19 de janeiro, data em que o jovem completa 18 anos. Com 80% dos direitos econômicos, o time carioca deve ficar com R$ 109 milhões dos R$ 136 milhões.
O valor é bom para o futebol sul-americano e vai ajudar o Flamengo a ‘equilibrar suas finanças’. Em 2019, o Mais Querido abriu os cofres e gastou mais de 230 milhões de reais. A venda de Reinier é a terceira maior da história do clube, ficando atrás apenas das de Vinicius Junior e Paquetá. O balanço financeiro dos cariocas fica mais confortável.
Em três temporadas, o Flamengo arrecadou cerca de R$ 465,7 milhões em venda de direitos econômicos e, na balança, descontando contratações como de Arrascaeta, Bruno Henrique, Gerson e outros nomes do plantel de Jorge Jesus, o lucro foi de R$ 30,3 milhões. O rubro-negro segue no mercado em 2020 e deve trazer mais alguns jogadores para reforçar o elenco.
Recentemente, o treinador Jorge Jesus comentou, em entrevista ao canal CMTV, de Portugal, que o Flamengo não sabe “valorizar os seus jogadores”. A crítica é válida e serve para o futebol brasileiro como um todo, mas a realidade socioeconômica do país não permite manter o jogador por muito tempo. É um risco e os times, jogadores e principalmente os seus representantes não querem correr.
estava na cara que ia acontecer.pelo menos já superamos o orçamento de 2020 para essa sigla, meteram lá 80 milhões e só com o cria já vai 135E tinha gente falando q nosso orçamento estava “muito otimista”agora me pergunto: Qdo iremos desfrutar nossas estrelas da base aqui?
— Victor E D Pacheco, HEPTACAMPEÃO (@VictorEDPachec1) January 3, 2020
O questionamento feito pelos dirigentes é: “E se não virar?”. As jovens promessas podem nunca se tornar uma realidade e os times não terão mais o retorno financeiro esperado. Em 2018, os noticiários nacionais e internacionais informavam que o Flamengo poderia negociar o jovem Lincoln em uma transação definitiva por Gabriel Barbosa, mas os clubes não entraram em acordo e dificilmente o rubro-negro vai ter outra oportunidade semelhante.
O caso do jovem centroavante é um exemplo, mas existem vários outros, como de Luan, ex-Grêmio e atualmente no Corinthians. Ganso, que brilhou no Santos e hoje defende o Fluminense. A possibilidade dessas revelações não se tornarem realidade é muito alta e muitos clubes não querem arriscar. A vontade do atleta também pesa muito. A questão é saber conciliar e criar planos de carreira mais fortes para esses jovens.