Desde que o novo coronavírus chegou ao Brasil, o presidente da república, Jair Bolsonaro, e o seu ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, têm demonstrado publicamente que não estão alinhados na forma de pensar. O desgaste é inevitável. Por isso, em tom de desabafo, Mandetta concedeu entrevista à VEJA e admitiu que está cansado desse enfrentamento nos bastidores.
— 60 dias tendo de medir palavras. Você conversa hoje, a pessoa entende, diz que concorda, depois muda de ideia e fala tudo diferente. Você vai, conversa, parece que está tudo acertado e, em seguida, o camarada muda o discurso de novo. Já chega, né? Já ajudamos bastante -, disse.
Luiz Henrique Mandetta foi questionado ainda sobre a permanência ou não no cargo. O ministro garantiu que fica apenas “até encontrarem uma pessoa para assumir meu lugar“. Mandetta ainda afirmou que não há chance de ficar no atual governo: “São 60 dias nessa batalha. Isso cansa“, desabafou, negando logo depois que esteja indo trabalhar com o governador Ronaldo Caiado em Goiás.
As secretarias estaduais de Saúde divulgaram, até às 6h30 (horário de Brasília), desta quinta-feira (16), que 29.015 casos confirmados do novo coronavírus no Brasil, com 1.760 mortes. Mandetta disse que não se arrepende de ter entrado no governo Bolsonaro. O ministro evitou dar um palpite sobre a nova linha de trabalho de combate à pandemia após sua saída do cargo.
— Não sei, mas acho que o vírus se impõe. A população se impõe. O vírus não negocia com ninguém. Não negociou com o (Donald) Trump, não vai negociar com nenhum governo”, disse. Mandetta acrescentou que tem compromisso com o país. “Ninguém vai torcer contra –, encerrou.