A imagem é tão emblemática na campanha da Copa das Confederações de 2005 quanto os chutaços de canhota de Adriano: os jogadores no gramado do estádio de Frankfurt comemorando com pagode o título após o 4 a 1 sobre a Argentina.
Até aí, nada novo. A TV Globo reprisou neste domingo tudo isso. O que poucos sabem é que a batucada nada mais era do que uma reprise do que tinha acontecido na véspera. A descontração característica daquela geração comandada por Carlos Alberto Parreira foi encarada como provocação pelos argentinos. Pior para eles.
Titular na Copa do Mundo no ano seguinte, Juan estava no banco no dia 29 de junho de 2005 em Frankfurt e contou ao GloboEsporte.com um bastidor curioso da rivalidade aguçada entre brasileiros e argentinos nos momentos que antecederam a decisão:
– Com certeza foi um grande jogo da Seleção. Estávamos em um momento muito legal, com um grupo muito forte. Tenho uma lembrança legal da véspera deste jogo, quando fomos fazer o reconhecimento do estádio em Frankfurt. Treinamos antes da Argentina e tínhamos o costume de fazer um samba no ônibus, com instrumentos, batucada, e calhou dos ônibus se cruzarem (a Argentina chegando para treinar).
– Como estávamos no pagode, muito animados, não sei se eles acharam que estávamos falando alguma coisa para eles. Então, começaram a meter dedo para gente, bater, dar soco no ônibus, a gente começou a responder também. O jogo começou ali e levamos aquele espírito para o dia seguinte dentro de campo e fizemos uma grande partida.
Prestes a fazer um ano de aposentado, no próximo dia 27, Juan defendia o Bayer Leverkusen, da Alemanha, na ocasião. Cria da base do Flamengo e com passagens também por Roma e Internacional, o zagueiro defendeu a Seleção em duas Copas do Mundo e em 79 partidas, marcou sete gols.