A EMOÇÃO DOS MINUTOS FINAIS

O ano era 1944, final do Campeonato Carioca, jogo empatado e o título escapando quando aos 41 minutos do segundo tempo Augustín Valido faz o gol do tri campeonato.

1978, mais uma final contra o mesmo adversário, jogo empatado, título fugindo e o Deus da Raça sobe para fazer o gol aos 43 minutos do segundo tempo e garantir o título de Campeão Carioca.

Em 2001 mais um gol aos 43 minutos do segundo tempo nos dá mais um tri carioca.

Nos mesmos 43 minutos finais eliminamos o Cruzeiro em 2013 e arrancamos para o título da Copa do Brasil, onde na final com um gol aos 42 e outro aos 49 nos garantiram o Tri da Copa do Brasil. Neste mesmo Campeonato Brasileiro de 2019, viramos algumas partidas nos minutos finais como a partida contra o Fortaleza no gol do Reinier.

A história nos mostra que sempre os minutos finais nos reservam as conquistas mais relevantes, os momentos mais épicos, o teste para cardíaco como bem diz Galvão Bueno.

Sim, quis o destino que mais uma vez colocássemos nossos corações a prova. Um jogo difícil, pegado, com a catimba argentina e com doses de dramaticidade que todo tango possui.

43 minutos do segundo tempo, esse é mais uma vez o momento de um gol salvador, que nos colocava novamente na partida, que nos acalentou e preparou nosso espírito para mais 30 minutos de prorrogação. Aquela esperança e certeza que nessa prorrogação faríamos mais gols.

Mas não era isso que o time queria, queriam resolver logo, não queriam adiar a festa, precisavam ter logo a Copa em suas mãos e entregar ao povo que gritava para o mundo inteiro ouvir que o queriam de novo.

48 minutos, onde muitos jogadores com a bola nos seus pés tocariam para o lado e esperariam o apito final, fez com que um jogador, tão marcado pela pecha de “time banana”, olhasse para frente e visse apenas uma chance de colocar o centroavante em condições de brigar com os dois zagueiros já cansados do adversário. Lançou, jogou para o alto a bola como um verdadeiro quarterback para que seu running back fizesse o touchdown.

Diego fez isso, lançou para que Gabigol pudesse brigar e marcar aquele gol que tirou um grito preso por 38 anos. Um grito que ficou preso por gols nos minutos finais de Emelec em 2012. Preso novamente pelo Léon em 2014. E assim como todas as outras eliminações que tachamos como vexames.

Confesso não saber expressar minha emoção com essa conquista, onde ainda me emociono ao ver ou ouvir qualquer narração dos nossos gols. Se alguém me perguntar os detalhes da partida eu não saberei dizer. Mas me lembro de um detalhe: ver meus filhos chorando após o gol de empate e explodindo com o gol da virada. Quantas vezes tive que consolar os dois em cada derrota, e agora curtem a conquista como todo bom flamenguista, cheios de orgulho por fazerem parte desta Nação chamada Flamengo.

“Devemos a conquista desse título ao esforço de nossos jogadores, à sua conduta sã e ao sacrifício a que se expuseram no auge da campanha. Se o Flamengo não costuma esquecer seus campeões, para os de hoje deve reservar uma gratidão toda especial.”. Palavras do técnico Flavio Costa após o gol de Augustín Valido em 1944, que poderiam ser as palavras do Míster Jorge Jesus hoje.

Saudações Rubro-negras.

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