BOLA COM CARA DE FLAMENGO

Não precisa ser nenhuma Mãe Dinah para imaginar o que se passa na cabeça de grande parte dos rubronegros, neste momento:
– Três pontos fora + três jogos consecutivos no Maraca = 12 pontos e classificação garantida para a próxima fase.
Não é isso?
Realmente será LINDO, se isso vier a se confirmar, mas, em se tratando de Libertadores, melhor plantar os dois pés no chão, né?

Primeiro, porque os Deuses do Futebol responsáveis pela Libertadores têm uma bronca DU CACETE do Flamengo. Os caras devem usar alguma camisa alvinegra por baixo da bata (Vasco, Botafogo, Curintia, Galo? Sei lá!), porque as coisas que acontecem com a gente nessa competição expõem tamanho requinte de crueldade, que só um ódio visceral poderia justificar.

Em segundo lugar, porque, embora bastante reforçada, nossa nova equipe, como era de se esperar, ainda carece de entrosamento. Quatro, dos dez da linha, chegaram agora, o que é um percentual significativo para um trabalho de apenas dois meses.

E, em terceiro, pela ideia de jogo do nosso treinador.
Gosto muito do Abel, torci para que viesse nos dirigir, o considero um grande profissional, que impõe respeito no vestiário, é querido pelos jogadores e tem experiência em Libertadores. Mais até! O grande drama pessoal pelo qual passou, há nem tanto tempo assim, faz dele uma pessoa absolutamente preparada para lidar com um grupo ainda abalado pela FATALIDADE ocorrida no clube mês passado.

O que me preocupa nele são algumas de suas convicções, que, na entrevista com o jornalista Mauro Cesar, pareceram estar acima do EXCELENTE material humano que lhe foi oferecido.

Basta uma rápida olhada no nosso elenco, para identificar nele uma claríssima vocação ofensiva e não sou partidário da idéia que um treinador deva IMPOR sua forma de jogar ao seu elenco. PELO CONTRÁRIO! Acredito que sua função PRINCIPAL seja DESCOBRIR a forma mais eficiente de jogar com o grupo que possui e conseguir tirar o melhor de cada um.

Sempre fui um FERRENHO defensor do Zé Ricardo aqui, porque o vi implantar na equipe uma forma de jogar que me enchia os olhos, me dava prazer ver nossa equipe jogando, além de achar que era totalmente identificada com o Flamengo. Posse de bola, marcação alta, inversões e triangulações pelos lados. Apesar dos vários treinadores posteriores a ele, ainda bem, continuamos jogando essa bola com cara de Flamengo.

E justo agora, ainda mais reforçados no ataque, vamos abdicar dela para nos tornar uma “equipe reativa”, como todas as outras equipes daqui? Na minha maneira de ver, seria um GRANDE retrocesso. Nos tornaríamos “Mais do Mesmo”. Será que a derrota no Fla-Flu não mostrou nada? Vai insistir no erro?

A LDU venceu em casa, é líder pelo saldo e, estejam certos, vai considerar o empate na casa da outra força da chave algo bastante simpático. Já para nós, por motivos óbvios, seria decepcionante. De que terá adiantado nossa heróica vitória naquele lugar onde avião sobe pra aterrizar, se não cumprirmos nosso papel dentro de casa?

Jogando em casa, TEMOS QUE impor nosso jogo, pressionar os caras, mostrar pra eles que queremos E VAMOS vencer. Que, daqui, não vão levar ponto nenhum. Um Maraca LOTADO nos impõe isso, nossa história nos obriga a ser assim.

Já somos o alvo favorito dessa mídia Lambe Saco de paulistas e PRECISAMOS acabar com essa historinha que “Flamengo não sabe jogar Libertadores”. Esse é o primeiro dos três desafios que teremos na nossa casa e podemos, SIM, sair dessa série já classificados, como sonham aqueles rubronegros da matemática do primeiro parágrafo.

PRA CIMA DELES, MENGÃO !!!

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Fonte: null

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