Expectativa X Realidade

E aí, Nação?! Como estamos? Tranquilos? Preocupados? Na espera? Otimistas? Ou “realistas”? rsrs Pois é… para o agrado de alguns e insatisfação de outros, estou de volta ao espaço colunas. E neste retorno quero falar de sentimentos antagônicos.

Começo lembrando (ou informando, se ainda não havia declarado aqui): Eu NÃO QUERIA o Abel! As imagens daquela final contra o Santo André ainda estão vivas na minha memória. A visão dele à beira do gramado inerte e seu time fazendo a decisão mais fácil que já vi se transformar numa vergonha histórica ainda pesavam bastante no meu emocional. Mas sou adepto do “Vestiu Rubro-Negro, não tem pra ninguém!” e do “Vou apoiar até o final!” (ou até onde eu aguentar… kkkk).

Mas, independentemente da opção de apoio, não gosto muito do seu modo de montar times e não vejo nele as variações táticas hoje, em tempo de tecnologias de observação, tão necessárias pra encarar as diversas situações e esquemas dos adversários. Nele e na maioria da #NewSchool que são (quase) todos adeptos de ter uma filosofia de trabalho, convicções especificas e não fugir disso, mesmo que os estejam carregando pro buraco.

E toda vez que reflito sobre isso não consigo fugir de lembrar do Claudio Coutinho mudando escalação e esquema de um Flamengo já bem estruturado por perceber que se insistisse no que estava fazendo poderia sofrer outro revés drástico (Flamengo 1×4 Palmeiras – 1979 / Flamengo 6×2 Palmeiras – 1980).

Voltando ao Abelão, esse início de polêmica com sua intenção de escalar o Gabriel pelos lados (não é de ponta, pelo amor…) me fez lembrar das inúmeras postagens que vemos em RSs sobre EXPECTATIVA x REALIDADE. É uma situação já antiga dentro da Nação (creio que pelo seu gigantismo e diversidade), mas que, com o surpreendente poder (também pelo gigantismo, mas de perfis fakes) dado às Redes Sociais pode atrapalhar o desenvolvimento do time. Vou citar dois casos além do Gabriel, mas quem quiser pesquisar vai achar vários.

1 – Marcos Gonzales: chegou ao Mengão com o status de "Melhor Zagueiro das Américas", mas fazia jus a ele. Tinha mesmo jogado demais no ano anterior, mas vinha de um time excelente (https://www.imortaisdofutebol.com/2013/11/08/esquadrao-imortal-universidad-de-chile-2011/), encaixado e bem treinado pelo atual queridinho da FlaTT, Sampaoli, e num esquema de três zagueiros onde ele era o central, o homem da sobra e cumpria essa função com maestria. Os problemas defensivos do Mengão eram notórios e penso que a Nação achou que sua chegada os resolveria num passe de mágica. Mas aqui ele jogava numa dupla de zaga, frequentemente tinha que sair pro combate e ainda tinha a questão da adaptação (apesar do bom português). Foi bem criticado e quando começou a jogar num nível melhor acabou saindo.

2 – Paolo Guerrero: até hoje me incomoda o fato de as pessoas reclamarem dele por fazer “poucos” gols. Quem esperava um goleador implacável certamente não sabia que o Flamengo estava contratando e não teve a curiosidade depois de procurar saber. Guerrero é um ótimo atacante (bom domínio de bola, faz o time andar, participa da armação das jogadas, dá assistências e finaliza razoavelmente), mas nunca foi artilheiraço. Pra tanto basta analisar suas médias: Bayern – 45J/13G (0,28) | Hamburgo – 183J/51G (0,27) | Corinthians – 130J/54G (0,41) | Flamengo – 115J/43G (0,37). Teria que ser muito inocente pra achar que de uma hora pra outra ele começaria a balançar as redes 40, 50 vezes por temporada.

3 – Gabriel Barbosa: ele nunca foi um “centroavantão”, nunca foi o homem de referência dentro área (Opaaa! Um breve aparte antes que me xinguem: não estou dizendo que não possa ser escalado na posição. Isso depende do esquema a ser utilizado e se vai conseguir render bem.) e sempre que teve um bom aproveitamento foi saindo da área, caindo pelos lados, entrando em diagonal, sendo lançado ou tabelando. O que pode ser provado pelos mapas de calor durante sua passagem no Santos ano passado que podem ser encontrados numa matéria da Coluna, mas que também foi veiculada aqui no site (https://colunadoflamengo.com/2019/01/ponta-ou-centroavante-mapas-de-calor-de-gabigol-em-era-artilheira-provam-que-ideias-de-abel-podem-ter-sucesso). O que não impedia que ele aparecesse lá na cara do gol pra marcar (contra nós, inclusive).

Assim sendo (e concordando inteiramente com o teor das últimas colunas do Marcelo Neves) não seria a hora de segurar as cornetas? Alguém aqui tem a certeza de qual será o time titular (ou Time A como estão querendo chamar) do Flamengo? Têm certeza de que este será o que inicia os jogos de fim de semana? Sem Gabriel e Arrascaeta? Pode até ser (Loucuras do Abel?), mas eu não arriscaria minhas fichas nessa possibilidade. Creio que ele esteja apenas dando ritmo de jogo ao máximo de jogadores do elenco, mas esteja treinando com o time que considera ideal. Acho que só teremos essa resposta a partir da semifinal da Taça Guanabara e só então deveríamos tirar as cornetas dos sacos… Ou não, né?!

Mas lembrando que essa é só a minha opinião!

Saudações Rubro-Negras!

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