O ARAME LISO CONTINUA

“O Flamengo, ao longo de 2017, recebeu a alcunha de “arame liso”. Na teoria, significa ser um time que tem o controle da bola, mas não consegue criar chances efetivas de gol. Contra a Ponte Preta, mais uma vez foi assim. Teve o controle do jogo (64% de posse de bola), mas não conseguiu marcar. Em algumas partidas, o time criou, mas não conseguiu colocar pro fundo da rede. Se tivesse marcado em algumas pelejas, a situação na tabela seria outra”. Texto do Mauro Cezar após a derrota para a Ponte Preta no ano passado.

“O roteiro de fracasso do Flamengo continua intacto. A nau do futebol do clube parece à deriva. Mesmo com chances de título ainda na Copa do Brasil e na Sul-Americana, qualquer mudança de rota parece tardia. Porque os defeitos seguem os mesmos. Há tempos”. André Rocha após derrota para o Vitória no ano passado.

Se mudar o ano e o adversário nos textos acima vai parecer uma análise da partida de ontem. O time continua sendo um arame liso que não consegue marcar contra um adversário que se limita em defender e jogar por apenas uma bola. Foi assim contra o Ceará também e se analisarmos os jogos este ano, a grande maioria foi assim. Um time com mais de 60% de posse de bola, com inúmeras finalizações, porém com aproveitamento baixo no aproveitamento, basta ver as chamadas chances claras de gol criadas ontem.

Um problema que vem desde os tempos de Zé Ricardo, passou por Rueda, Carpegiani e agora com o Barbieri. Além do chamado arame liso o que temos em comum no time nesse longo período desde 2016? O esquema tático desde 2016 é o mesmo. Centroavante isolado, meias que jogam com pé invertido buscando o meio para finalizar, laterais que não cruzam, meio campo que fica girando a bola sem passe vertical, conclusão, um time que fica com a bola e não sabe o que fazer com ela.

Lá no final de 2015 a dupla Bandeira/Godinho definiram que o Flamengo teria um esquema único desde a base até o profissional. Ontem vendo a partida do sub-20 vi a mesma coisa. Centroavante isolado, os meias de lado invertidos, o Reinier meia central encaixotado na marcação e os gols saíram de bola parada na virada por 3×2 (perdia por 2×0). Mas foi um time que conseguiu aproveitar as chances que teve.

Já está provado que este esquema não está funcionando. Pode colocar o Suarez neste ataque ou rejuvenescer o Nunes que irão passar o mesmo que passam os nossos centroavantes atuais. Ninguém encosta no centroavante, os meias parecem ter medo de entrar na área, os laterais por medo (ou ruindade) não buscam a linha de fundo para fazer o passe e dificilmente vemos passes verticais dos meias buscando a linha de ataque.

Ontem na coletiva o Barbieri disse que são 54 dias sem ter uma semana cheia para treinar, que sabe o que tem que melhorar e sempre usando uma muleta ou desculpa pronta para tentar explicar o insucesso de cada jogo. Vou lembrar ao atual técnico que ele teve 40 dias livres para treinar e buscar alternativas para usar justamente nestes 54 dias de intensidade de jogos.

Para quem gosta de Fórmula 1, o time do Flamengo tem todo o potencial de uma Mercedez, porém o piloto é o Gerhard Berger, faz tudo direitinho, ganha algumas corridas, mas fica longe de ganhar o campeonato.

Saudações Rubro-Negras!

Fonte: null

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