A CULPA É DE QUEM?

Antes que me acusem de torcer contra ou ser um “falso rubro-negro” como diz o Bandeira, fui defensor da efetivação do Zé Ricardo no ano passado por admirar o trabalho do qual ele fazia na base.

Trabalho que iniciou ainda no futsal, passando pelo sub-15 e assumiu o time sub-20 do Flamengo após o time sofrer uma incrível goleada para o Fluminense de 7×0 e em três meses fez o time ser campeão da Taça OPG, venceu o Carioca e a Copa SP de Juniores, um time que jogava para frente, que priorizava a posse de bola e torça de passes com qualidade e uma defesa sólida.

Este era o time do Flamengo no sub-20 e do qual o atual técnico Gilmar Popoca tem mantido com a agora geração 2000.

No ano passado pegou um time desorganizado e fez o time brigar pelo título brasileiro com um time limitado em termos de elenco, mas muito organizado.

Na atual temporada ganhamos um elenco de qualidade, jogadores de nível de seleção, não só brasileira. O que acontece que este super elenco não engrena? O que acontece que o técnico que já tem um ano de profissional não consegue fazer um elenco muito melhor não render?

Escolhas duvidosas, teimosia em escalar jogador que não corresponde em campo, insistência em jogador de qualidade duvidosa, falta de coerência nas escalações, e a chamada “gratidão” como grupo de jogadores do ano passado.

A falta de coerência então é algo gritante. No jogo de quarta-feira então o Zé Ricardo extrapolou de todas as formas a incoerência e desafiou o perigo.

Primeiro ao voltar com o contestado Muralha (que falhou em dois gols), ao barrar o Thiago (que tinha falhado sim, mas não comprometido) ele deixou claro que relegou o garoto a terceira opção, perdendo o garoto. Ao escalar o Muralha e ele falhar, aumentou as criticas à ele, perdendo assim o goleiro, ou seja, em uma mexida ele conseguiu perder dois goleiros. Vão dizer que o Muralha era mais experiente em um jogo decisivo, você está a uma partida de estrear o principal reforço para o gol, mantivesse o garoto e pronto, simples.

Outro jogador contestado e “odiado” por parte da torcida saiu por deficiência técnica perdendo a vaga para o Juan. Com a chegada do Rhodolfo, Rafael Vaz ficou escondido no cantinho dele, sai Rhodolfo por contusão, volta o Juan que é poupado em uma partida e depois disso jamais voltou. Rafael Vaz falhou em três jogos consecutivos com gols sofridos pelo time. Quarta-feira por displicência, falta de compromisso, se achar craque demais, nos prejudicou claramente mais uma vez.

Outra falta de coerência na quarta-feira foi a volta do Gabriel, jogador que está há 5 anos no clube e se fez mais de 10 jogos bem foi muito. Não jogava desde maio, tinha um Vinicius Junior no banco, que no sábado entrou e decidiu a partida, mas por “gratidão” o Zé Ricardo entrou com Gabriel.

Em diversas entrevistas o Zé Ricardo insiste que o jogador deve se adaptar ao seu esquema, e nisso ele faz do Éverton Ribeiro um ponta (ou auxiliar de lateral), não aproveitando assim as principais características do jogador que é a infiltração pelo meio.

Mas não vamos “culpar” apenas o técnico pelo time não render. Temos um preparador de goleiros que foi muito contestado no Fluminense por conta dos goleiros cometerem falhas idênticas às do Muralha e também do Thiago. Quem já pôde ver algum vídeo de seus treinamentos acaba concluindo que ele é fraco, isso se comparando com os vídeos de treinamentos do Diego Alves. Será que a queda de produção dos nossos goleiros não passa por um treinamento deficitário? É de se pensar um pouco.

E nosso VP de Futebol? Eduardo Bandeira de Melo acumula a função e que me perdoem, mas o Bandeira entende de futebol o mesmo que a minha mãe. O Bandeira é torcedor assim como todos nós aqui, e garanto que ninguém aqui saberia ser o VP de Futebol do Flamengo.

Função que precisa de conhecimento, “manha”, “malandragem” e acima de tudo, pulso firme para cobrar comissão técnica e jogadores. O Bandeira é vaidoso, não aceita críticas e muito menos ser afrontado, com esta postura arrogante nosso futebol não caminha para as vitórias, aliás, nas últimas entrevistas dele e de alguns dirigentes, a meta é a vaga na Libertadores, não se fala em conquista de títulos, apenas vaga na Libertadores.

A mudança de postura não passa apenas pelas escolhas do Zé Ricardo, mas por todo o Departamento de Futebol.

E que fique bem claro, as criticas são exclusivamente ao Departamento de Futebol, não vamos misturar as coisas.

SRN!

Fonte: null

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