A absolvição dos sete réus no processo relacionado ao incêndio no Ninho do Urubu reacendeu o debate sobre a investigação e as responsabilidades administrativas e técnicas no episódio que marcou o Flamengo. Nesta matéria, analisamos os pontos centrais da sentença e as reações da torcida, com foco nas falhas apontadas na perícia e na forma como a denúncia foi construída.
“A absolvição deles está correta. Todos que ali estavam, efetivamente, nenhum foi o culpado. (…) O trabalho do Ministério Público foi péssimo”
Sentença e críticas à investigação
O juiz Tiago Fernandes de Barros destacou que a perícia não alcançou o grau de certeza exigido pelo Direito Penal, apontando ausência de nexo causal entre as condutas dos acusados e a origem do incêndio. Segundo a decisão, a denúncia foi ampla e genérica, sem individualizar responsabilidades técnicas ou administrativas.
A falta de testes laboratoriais e a impossibilidade de comprovar empiricamente se o fogo teve causa elétrica, defeito de equipamento ou oscilação externa foram determinantes para a absolvição. O magistrado resumiu esse entendimento ao afirmar:
“Quando a dúvida nasce do próprio saber especializado, a absolvição é não apenas justa, mas juridicamente necessária”
Reações, nomes absolvidos e memória dos Garotos
A decisão provocou forte repercussão entre torcedores e nas redes, onde prevalece a sensação de impunidade por parte de quem perdeu entes queridos no Flamengo. O Ministério Público anunciou que vai recorrer da sentença.
Foram absolvidos Márcio Garotti, Marcelo Maia de Sá, Danilo Duarte, Fabio Hilário da Silva, Weslley Gimenes, Claudia Pereira Rodrigues e Edson Colman. Enquanto o processo segue, a memória dos dez Garotos do Ninho — Athila Paixão, Arthur Vinícius, Bernardo Pisetta, Christian Esmério, Gedson Santos, Jorge Eduardo Santos, Pablo Henrique, Rykelmo de Souza Vianna, Samuel Thomas Rosa e Vitor Isaías — permanece viva na Nação Rubro-Negra.