Após cinco meses da tragédia do CT Ninho do Urubu, que culminou na morte de dez jogadores das categorias de base de futebol do Flamengo, o clube Rubro-Negro ainda não chegou a um acordo com todas as famílias das vítimas do incêndio. De acordo com informações do GloboEsporte.com, o Flamengo assinou um acordo com três famílias, teve suas negociações travadas com oito familiares, e terá uma ação na justiça movida pelos representantes da família de Rykelmo, uma das vítimas fatais, contra o clube.
Em entrevista ao GloboEsporte.com, Gislaine Nunes, advogada que representa a mãe de Rykelmo, revelou que moverá uma ação na justiça por dolo eventual no incêndio, que consiste em um tipo de crime que o agente assume o risco de produzir, mesmo sem querer o resultado, contra o Flamengo e Rodolfo Landim, presidente do clube. A advogada também cita a CBF como solidária ao clube no polo passivo, por ter certificado o Flamengo como uma Entidade de Prática Desportiva Formadora de Atleta.
— É lógico que a CBF é solidária. Ela não certifica que o clube é formador? Pela Lei Pelé, para certificar que um clube é formador, ele tem que respeitar e cumprir vários requisitos. Para dar um certificado nesta envergadura, tem que ter absoluta clareza. O mínimo seria fazer uma fiscalização sobre estes clubes. Estou colocando no polo passivo dizendo que ela é solidária no dolo eventual. Se vai ou não ser chamada, é critério do juiz.
Apesar de ter fechado acordo com o pai de Rykelmo e com as famílias de Áthila e Gedinho, o Flamengo não tem nenhuma negociação em curso com as famílias de Bernardo Pisetta, Vitor Izaías, Pablo Henrique, Christian Esmério, Arthur Vinícius. Os advogados que representam os familiares destas vítimas aguardam a conclusão das investigações. A defensoria pública que representa a família de Samuel Thomas, iniciou um diálogo com o clube, entretanto, não prosseguiu com a conversa após a proposta feita pelo Flamengo.