Bruno Henrique foi punido com uma suspensão de 12 jogos pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) em decorrência de um suposto envolvimento em apostas esportivas. A sanção imposta ao atleta do Flamengo suscitou dúvidas devido à aparente leniência em comparação com situações anteriores. Diante disso, o advogado especializado em direito esportivo, Andrei Kampff, elucidou as particularidades que influenciaram essa decisão.
— Nas outras denúncias havia participação efetiva na manipulação de resultados e ganho indevido, o que a legislação considera um agravante. Os jogadores envolvidos admitiram e lucraram com isso. A denúncia da procuradoria [a Bruno Henrique] incluía dois artigos: o 243, sobre manipulação de resultado, e o 243-A, sobre conduta antidesportiva -, enfatizou o advogado.
Kampff mencionou a Operação Penalidade Máxima, deflagrada em 2023, na qual cinco jogadores foram banidos do futebol pelo STJD. Ao ser indagado sobre a possibilidade de punições mais rigorosas para Bruno Henrique, o advogado destacou a relevância da confissão e da solidez das provas.
— Você questiona se deveria ter recebido 360 ou 720 dias. Para isso, precisamos de todos os elementos. Os atletas punidos com um ou dois anos confessaram a manipulação e obtiveram ganhos indevidos. No caso de Bruno Henrique, não há confissão -, declarou Kampff, acrescentando que:
— As provas talvez não sejam irrefutáveis. Precisamos ter acesso à decisão e a todos os documentos do processo. Para condenar alguém de forma definitiva, com uma pena que pode arruinar uma carreira, não podemos ter dúvidas. A prova deve ser decisiva -, observou o advogado.
O incidente que originou a investigação ocorreu nos minutos finais do jogo entre Flamengo e Santos, em Brasília, pelo Campeonato Brasileiro de 2023. Bruno Henrique recebeu um cartão amarelo por reclamação e, em seguida, foi expulso com um cartão vermelho por insistência.
Consequentemente, três casas de apostas levantaram suspeitas sobre movimentações financeiras irregulares relacionadas à advertência do atacante, o que culminou na abertura de uma investigação policial. Bruno Henrique foi julgado e multado em R$ 60 mil.
Publicado em colunadofla.com