Ah Ah Uh Uh, O Maraca é nosso, mas não é a solução ainda…

Ah Ah Uh Uh, O Maraca é nosso, foi o maior do mundo e é apenas um alívio temporário

Sempre eu hei de ser… um geraldino. Amo o maracanã, o amei desde menino, cresci contando os dias para ir ao estádio, e fui tanto quanto pude. Quando saí do Rio, sempre que eu voltava à cidade maravilhosa fazia um esforço para visitá-lo. Ir ao Mário Filho é parte da minha vida, fez parte do meu crescimento e sempre nutrirei um sentimento nostálgico – agora com 42 anos de idade – pelos dias que passei nas arquibancadas de concreto. Quando eu penso no estádio e nas minhas aventuras para assistir ao Mais Querido chego a sentir uma tristeza profunda. Meu amor pelo maracanã é tão grande que ia ao campo mesmo quando o Flamengo não jogava. Assisti à partidas exdrúxulas, como América contra Americano ou Bangu contra Curitiba em 1985. Tudo isso para preparar o leitor para o que eu vou dizer.

O contrato de 4 anos com o Maracanã é ótimo, mas não é a solução. Deve servir apenas para nos dar tempo de começar o projeto do nosso estádio. Portanto, não comece a comemorar de antemão, mesmo que o contrato de 4 vire 40 anos, não é a melhor solução. E qual o porquê dessa ojeriza? Simples, o que existe na rua Prof. Eurico Rabelo, s/ nº, é apenas uma lembrança do que foi o Maracanã. Ali, jaz a história do maior e mais glorioso templo do futebol. O que há no local é um elefante deformado como uma velha enrugada mas cheia de botox, e sobretudo caro de usar e com manuntenção igualmente onerosa. Escrevi na minha estréia aqui no site algumas colunas sobre estádio, mas a melhor é essa aqui.

O Maracanã foi construído para um único evento com um padrão exagerado e desconectado da realidade local. A arquitetura dificulta muito a compartimentização, os acessos são similares portanto, ainda que parte do estádio seja fechado, um grande número de pessoas é necessário para eventos menores. A cobertura de teflon é carrísima de ser mantida, as cadeiras custam de R$500 cada uma e não são resistentes, tem uma área externa extensa e desnecessária, o ângulo não é vertical o suficiente para criar o efeito caldeirão, a cobertura de teflon não ajuda na reverberação do som, ainda que eu ainda o ame com todo esse botox e silicone barato, dá para se divertir, mas ainda não é a solução definitiva.

Claro, se um dia viermos assumir o Maracanã em definitivo e sejamos autorizados a fazer algumas mudanças, ainda assim não me parece ser possível criar um estádio eficiente. Lembrem-se, um estádio não é um investimento de 10 anos ou 20 anos, é um investimento de 50 anos, no mínimo. Não dá para acertar mais ou menos e o Maracanã, mesmo se mudarmos tudo que pudermos, será um acerto parcial.

Vejamos pelo lado positivo, um contrato bem feito de 4 anos nos dará mais tempo para acharmos o nosso estádio, será possível acomodar os nossos jogos em campeonatos importantes, e espero que daqui a 4 anos façamos a nossa despedida do nosso para sempre Maracanã com muitas vitórias e títulos. Está na hora de pensarmos grande, e deixarmos o Maracanã para trás. Infelizmente relacionamentos começam, se desenvolvem e acabam. É como aquela morena que amamos na juventude, a gatinha do primeiro beijo, será lembrada para sempre com carinho. O Maracanã é nosso, e sempre será, faremos visitas constantes, seremos sempre benvindos, mas chega de esperar, quero a minha casa, que seja só minha. Ah Ah Uh Uh o Maraca será sempre nosso!! Ah Ah Uh Uh eu quero uma casa (O nosso forte é a rima).

Fonte: http://colunadoflamengo.com/2018/05/ah-ah-uh-uh-o-maraca-e-nosso-mas-nao-e-a-solucao-ainda/

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