Antes da análise, o fato: Pedro teve um 2021 perdido no Flamengo. O atacante não conseguiu reverter sua condição de reserva de Gabigol. Acontece, o competidor é de respeito. Mas ele também não conseguiu jogar pela seleção brasileira. Convocado para os Jogos de Tóquio, não foi liberado pelo clube. Engoliu seco. Seguiu a serviço do rubro-negro, sem muitos sorrisos, como na partida desta sexta-feira, contra o Sport.

Seus números individuais estão estáveis. Ao se lesionar em 2021, jogou menos e fez menos gols do que em 2020, mas a média segue a mesma: 0,4 gol por partida. Com mais assistências este ano, participou de mais gols, o que é bom. O cruzamento para o arremate de Michael, na Arena Pernambuco, foi dele.

O que chamou a atenção, quando a câmera focou no autor do gol, foi a ausência de Pedro da comemoração. Geralmente, quem dá o passe é o primeiro a correr para abraçar o finalizador. Mas Michael seguiu só. Viu outros companheiros chegarem perto, sem grande efusividade, afinal, era quase um amistoso. Mas Pedro não apareceu.

Não dá para especular sobre os motivos. O que é possível afirmar sem errar: Pedro teve um ano perdido no Flamengo em 2021 e as dificuldades para jogar podem seguir iguais caso Gabigol continue no time da Gávea.

Aos 24 anos, Pedro sabe que é um jogador que agrada muito o técnico Tite. Mas certamente é um dos últimos da fila para ser convocado para a Copa do Mundo do Qatar. Sem jogar regularmente no Flamengo, é quase impossível ser lembrado.

Pedro não precisa jogar sorrindo. Mas é melhor estar em campo tendo motivos para isso do que o contrário. O Flamengo paga bem, em dia, tem estrutura de primeiro mundo, dá a certeza de briga por todos os títulos possíveis. Jogar pelo rubro-negro é provavelmente o emprego dos sonhos do atacante. Mas talvez não seja o emprego que realizará os sonhos de todo atacante: ser o artilheiro, defender sua seleção.