Análise: blitz volta a funcionar, Flamengo atropela o Paraná e segue caça ao Palmeiras

Uma equipe obcecada pela posse de bola, mas, ao mesmo tempo, aguda. Não é somente na tomada de decisões ofensivas que o Flamengo de Dorival Júnior está diferente.

Com a mesma velocidade que define as jogadas, o Rubro-Negro trata de recuperar a bolas dos pés adversários. E foi assim que amassou o Paraná Clube e fez valer a superioridade técnica na vitória por 4 a 0, em Curitiba, pela 30ª rodada do Brasileirão.

Dorival Junior durante vitória do Flamengo sobre o Paraná: time agressivo — Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

Com até mais intensidade na marcação ofensiva do que na criação de jogadas – que vez ou outra exigia paciência e inversões de bola -, o Flamengo deixou o Paraná acuado em seu campo defensivo, sem espaços para sair tocando, e facilitou o caminho para o triunfo que o mantém firme na briga pelo título.

Flamengo diante do Paraná

  • Posse de bola: 67%
  • Desarmes: 22
  • Roubadas de bola: 14
  • Mais desarmes: Réver, com 8
  • Mais roubadas: Vitinho, com 5

Compacto e agressivo no campo de ataque, o time carioca cansou de roubar bolas ainda na intermediária ofensiva, tornando Cesar praticamente um espectador privilegiado com quase metade do campo inabitado na sua frente.

Ao todo, foram 36 recuperações de posse entre desarmes e roubadas de bola. Só no primeiro tempo, Vitinho fez cinco no campo de ataque, mas foi Renê que abriu brechas na defesa do rival ao interceptar Deivid em bola que sobrou para Uribe. O colombiano logo serviu Lucas Paquetá, que fez 1 a 0.

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O roteiro não é novidade. Foi a partir de um desarme de Everton Ribeiro em Jadson que Vitinho cruzou para Uribe abrir o placar no Fla-Flu. E novamente Renê interceptou saída de bola errada de Julio Cesar no início da jogada que resultou no terceiro gol, também do centroavante colombiano, no clássico.

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– É um trabalho condicionante (de recuperação bola), importante e dá resultado. Quando perdemos a bola, a reação tem que ser rápida. Assim, saiu o primeiro gol e também no Fla-Flu – analisou Dorival Junior.

Mais do que impedir a iniciativa do rival, este tipo de característica encurta o caminho até o gol adversário e permite que o Flamengo muitas vezes seja agressivo diante de uma defesa desarrumada. O gol de Paquetá em Curitiba exemplifica bem isso. Não à toa, o Rubro-Negro terminou a partida com 67% de posse de bola, 11 finalizações e sete chances reais criadas.

O crescimento de produção, entretanto, vai além das blitz no campo ofensivo. O Flamengo está mais compacto e gira a bola com maior velocidade, com inversões de uma lateral a outra para encontrar espaços. As semanas livre para treinamentos permitiram que Dorival aprimorasse as variações de posicionamento e os homens de ataque ocupassem melhor os espaços.

Vitinho fez seu gol, deu assistência e ainda conseguiu cinco bolas roubadas — Foto: RODOLFO BUHRER/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Em Curitiba, não foram poucas as vezes que Vitinho e Everton Ribeiro trocaram de lado. A proximidade dos companheiros faz com que Uribe também participe mais do jogo e abra espaços para Paquetá aparecer mais na área para finalizar.

Como se não bastassem os pontos positivos já citados, o Flamengo se tornou mais fatal e decidiu mais uma vez a partida no início do segundo tempo. A postura permitiu que Dorival Junior sacasse os pendurados Arão, Ribeiro e Vitinho, e rodasse o elenco, como já falou, dando oportunidade para Geuvânio, Henrique Dourado e Diego.

Agressivo e objetivo, o Flamengo de Dorival soma dez pontos e dez gols em quatro jogos, vem de três goleadas em sequência e terá pela frente seu maior desafio: o Palmeiras, sábado, às 19h (de Brasília), no Maracanã. Quatro pontos separam os paulistas, líderes, com 62, dos cariocas.

Fonte: https://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/analise-blitz-volta-a-funcionar-flamengo-atropela-o-parana-e-segue-caca-ao-palmeiras.ghtml

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