Análise: Com Julio Cesar, Flamengo reforça identidade

A camisa 12 não é por acaso. Além de desaposentar o manto que homenageia a torcida, Julio Cesar é o décimo segundo jogador do Flamengo com raízes rubro-negras, em um elenco de 33 atletas. É inegável a busca do clube por sangue rubro-negro entre seus profissionais. O goleiro, que assinou contrato simbólico de três meses, para encerrar a carreira após o Estadual, se tornou o décimo sétimo profissional prata da casa, levados em conta os membros da comissão técnica. Longe de ser um reforço necessário, o jogador de 38 anos não é prioridade para jogar. A ideia é de homenagem.

— Venho para somar e colaborar no que o clube precisar. Vou me comportar como profissional e sonho em encerrar a carreira com um título. Acima de tudo e de todos, vem o Flamengo — disse o goleiro.

Além de Julio, as novidades no Flamengo em 2018 estão quase todas atreladas ao passado ou ao futuro. Sejam os veteranos, como Julio e o zagueiro Juan, sejam ex-jogadores, como o técnico Carpegiani, seu auxiliar Jayme ou o gerente Mozer. Ou até os que ainda não vingaram, como os jovens da base, já com tanta expectativa para acontecerem imediatamente. Nem quem já passou, nem quem está quase no fim, nem quem mal começou a carreira é realidade em um ano de cobranças por desempenho melhor. O presente é incerto, e a chegada de reforços em posições carentes não aconteceu.

Por isso, os veteranos vão funcionar como líderes principalmente fora de campo. Julio Cesar deve ser regularizado para as finais da Taça Guanabara. A prioridade é César, Thiago e Gabriel Batista ganharem ritmo de jogo e oportunidades, enquanto Diego Alves se recupera de lesão. O titular estará à disposição para a primeira partida da Libertadores, contra o River Plate, no dia 28 de fevereiro. Nesse cenário, é possível que Julio Cesar dispute posição para ser o goleiro reserva, mas os jovens estão na frente na fila.

— É uma novidade Thiago e Gabriel me considerarem um ídolo. Minha contribuição será no dia a dia. Treinamento, vestiário. Você tem que observar e extrair o que há de bom — ensina o ídolo rubro-negro, que descartou estender o contrato.

O Flamengo, mesmo em caso de perder algum goleiro, vai manter o projeto intacto.

Enquanto se apega a ídolos do passado, o Flamengo tenta construir seu presente.

Fonte: https://oglobo.globo.com/esportes/analise-com-julio-cesar-flamengo-reforca-identidade-22342070

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