Análise: com um a mais, Flamengo não convence, fica refém de cruzamentos e joga para o gasto

Melhores momentos de Flamengo 2 x 1 Bangu pelo Campeonato Carioca

Deu para o gasto. E só.

Os 46 mil torcedores que compareceram ao Maracanã e garantiram ao Flamengo o melhor público em início de temporada no século voltaram para casa mais satisfeitos com a festa do que com o futebol apresentado. O 2 a 1 sobre o Bangu foi padrão para não jogar uma ducha de água fria no domingo de verão carioca.

E não vamos nem falar do fator duvidoso que deu origem à virada rubro-negra no placar da primeira rodada da Taça Guanabara – confesso que não sou capaz de cravar se a bola saiu ou não no lance com Renê. Mas um Flamengo com tanta superioridade técnica deveria apresentar mais diante do time de Moça Bonita. Bem mais.

Éverton Ribeiro foi titular contra o Bangu — Foto: André Durão/GloboEsporte.com

O argumento de início de temporada perde consideravelmente o peso a partir do momento que o Bangu jogou 75 minutos com um jogador a menos. Mérito para Alfredo Sampaio, que soube manter a organização defensiva e reduzir os espaços para um Flamengo pouco criativo.

Participativo como de costume, Diego era quem mais trabalhava a bola pelo meio, mas invariavelmente o Rubro-Negro apelava para as laterais para chegar ao ataque. Não à toa, foram 23 bolas levantadas e 12 escanteios durante os 90 minutos:

– Com um jogador a mais, era natural que abríssemos o jogo e buscássemos os lados do campo. Deveríamos ter acertado mais os cruzamentos e ter mais gente na área – avaliou Abel após o triunfo.

Fora as jogadas de lado de campo, o Flamengo ficou refém de lampejos individuais de Vitinho e Éverton Ribeiro. Pouco para quem tinha um homem a mais por tanto tempo.

Menos mal que as jogadas pelas laterais surtiram efeito. Com Renê e Vitinho, foi criada a jogada do primeiro gol, em pênalti convertido por Diego. Já Pará e Ribeiro fizeram tabelinha para finalização certeira de Rhodolfo.

Abel Braga no comando do Flamengo no primeiro jogo oficial da temporada — Foto: André Durão/GloboEsporte.com

Na arquibancada, o torcedor se misturou entre a festa pelo reencontro com a equipe e a impaciência. Vitinho foi quem mais sofreu, com uma mistura de vaias e aplausos ao dar lugar a Thiago Santos. Por outro lado, foi quem mais tentou fugir do óbvio.

Muito aplaudido, Diego foi quem mais teve a bola, mas pecou por individualismo em alguns momentos. Situação até normal para um início de temporada.

Na defesa, a avaliação acaba contaminada pela desvantagem numérica do Bangu. Rhodolfo e Rodrigo Caio acabaram mais exigidos na saída de bola – onde cumpriram o papel – e no ataque.

O novo contratado, por sua vez, vacilou em disputa aérea no gol banguense – Diego Alves também estava mal posicionado e demorou a reagir. Nada, porém, que comprometa o bom início de ano do setor se levados em conta os dois jogos em Orlando.

Deu para o gasto. E só. O suficiente para festa no pontapé inicial de 2019, mas pouco para um time que jogou 75 minutos com um a mais.

— Foto: Divulgação

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Fonte: https://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/analise-com-um-a-mais-flamengo-nao-convence-fica-refem-de-cruzamentos-e-joga-para-o-gasto.ghtml

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