O Flamengo vai sobrevivendo como pode ao período mais desfigurado desde que montou o time multicampeão de 2019. Mas é impossível negar o peso dos desfalques de Gerson, Everton Ribeiro, Arrascaeta e Gabigol no desempenho da equipe. A vitória sobre o Cuiabá por 2 a 0 é a do favoritismo confirmado, que não esconde as dificuldades que Rogério Ceni administra para fazer o time andar.

O resultado, com o primeiro gol ainda aos nove minutos de jogo, com Pedro, poderia ter sido menos penoso se não fossem as reconfigurações forçadas que os desfalques impõem. A principal delas incorporado por Michael. Durante o primeiro tempo, ele atuou como ponta esquerda. Com isso, Felipe Luis foi quase um terceiro zagueiro em vários lances antes do intervalo. Tão longe do último terço do campo, o lateral pode ajudar pouco na construção das jogadas, algo que sabe fazer tão bem quando o Flamengo atua no consagrado 4-4-2 ainda dos tempos de Jorge Jesus.

A pressão ainda na saída de bola rival foi uma virtude que o rubro-negro soube manter de quando foi treinado pelo português. Ao desarmar o Cuiabá na intermediária ofensiva, o time carioca acelerou os passes para a bola chegar redonda para Pedro fazer o primeiro gol na Arena Pantanal. O primeiro tempo seguiu com superioridade dos atuais campeões brasileiros.

Mas não existe a mesma fluidez dos movimentos que é notável quando os titulares estão em campo. Não é apenas uma questão de qualidade técnica. Michael, Vitinho e Pedro possuem estilos de jogo diferentes de Arrascaeta, Everton Ribeiro e Gabigol. Isso afeta diretamente os titulares remanescentes, como Bruno Henrique, que ontem muitas vezes apareceu mais longe da grande área do que deveria.

Diego, que atua como primeiro volante, também é afetado pelos desfalques. Sem força máxima, a bola fica menos no setor ofensivo, o que obriga o camisa 10 a marcar mais e, consequentemente, se cansar mais rapidamente. Ontem, ele deixou o campo lesionado.

No segundo tempo, o Flamengo foi pressionado, esteve muito perto de sofrer o empate do Cuiabá. Perto do fim da partida, já com as mudanças feitas pelo técnico Rogério Ceni, saiu o segundo gol, o que trouxe alívio aos rubro-negros. Rodrigo Muniz puxou o contra-ataque, esperou a passagem em velocidade de Thiago Maia e deu o passe na hora certa para o volante. O novo dono da camisa 8, herdada de Gerson, apareceu bem e fechou o placar.