O Flamengo iniciou a temporada de 2020 fazendo um teste de expectativa. Ninguém esperava uma grande atuação da base rubro-negra na abertura da Taça Guanabara, mas a torcida tratava a vitória como algo necessário. Quem foi ao Maracanã e viu o empate sem gols contra o Macaé, deixou o estádio lamentando o resultado, mas satisfeito com o que viu dentro de campo.

Em condições normais, o esperado era o Flamengo ter dificuldade contra o Macaé. É claro, uma equipe recheada de garotos — com média de idade de 19 anos —, com muitos estreando profissionalmente e inferior fisicamente ao adversário do Norte Fluminense. Mas o que se viu foi um rubro-negro que, mesmo não sendo espetacular como o de Jorge Jesus, só não saiu vitorioso devido a fala de pontaria.

Primeiramente, é preciso destacar a lógica de Maurício Souza para escalar esta equipe. A opção por Matheuzinho no lugar de João Lucas se mostrou acertada — não apenas pela qualidade do lateral-direito cotado para ser o reserva de Rafinha nesta temporada, mas pelo ritmo de jogo superior ao do concorrente.

— Vocês sabem que só tivemos dez dias para treinar e colocar a equipe em campo. Nesse primeiro momento, tive a opção pelo Matheuzinho porque estava jogando o ano todo — declarou o treinador.

Mauricio Souza também falou sobre o tamanho da superioridade do Flamengo na partida: foram 16 chutes, sendo 11 dentro da área. Este é o principal ponto a ser destacado: assim como a de Jorge Jesus, é uma equipe que não deixa de atacar, independetemente da situação que se encontra. Então, ênfase para os destaques Matheuzinho, Yuri César e Hugo Moura, que tiveram boas atuações.

O maior problema, como esperado, foi o nervosismo na primeira etapa. Muitos erros de passe, erros de posicionamento e lançamentos sem direção que poderiam ter custado caro diante um adversário mais qualificado. Nada que não pudesse ser corrigido com o decorrer da partida.

Outro ponto para Mauricinho foram as substituições que deram certo. Principalmente Wendel e Rodrigo Muniz, que mudaram a intensidade da equipe no segundo tempo — aliado ao cansaço do Macaé.

— Melhorou porque são dois grandes jogadores que entraram [Wendel e Rodrigo Muniz]. O Macaé também deu uma sentida, correu muito atrás da gente. Vitor Gabriel teve poucas chances, nas que teve não botou para dentro. — comentou Mauricio.

Por fim, é uma boa impressão deixada antes do clássico contra o Vasco, marcado para a próxima quarta-feira. Como a equipe titular cruz-maltina também não deve estar presente, será um interessante duelo de garotada.