Os dois primeiros compromissos fora de casa (vitórias sobre Vélez Sarsfield e LDU por 3 a 2) deixaram o Flamengo mal acostumado na Libertadores. Nas duas ocasiões erros e apagões deram uma dose de tensão a partidas fáceis. Mas, no fim, os rubro-negros conseguiram resolver os problemas criados por eles mesmos. A impressão gerada nos jogadores e na torcida era a de que seria sempre assim. Nesta terça não foi. Após início catastrófico diante do Unión La Calera, no Chile, o time até buscou o empate (2 a 2). Mas deixou dois pontos que já poderiam ter resolvido sua vida no Grupo G.

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Não que a classificação esteja em risco. Com 10 pontos, o Flamengo abriu seis para a LDU, segunda colocada, e sete para o Vélez, terceiro. Os dois se enfrentam nesta quinta. Uma vitória dos equatorianos põe os rubro-negros nas oitavas.

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Mesmo que a vaga não venha nesta quinta, o time carioca terá dois jogos no Maracanã para confirmá-la. O primeiro deles contra a LDU, daqui a uma semana. Só que eles ocorrerão em paralelo à decisão do Estadual contra o Fluminense, nos próximos dois sábados. Ou seja: definir a vaga logo permitiria a Rogério Ceni focar na decisão.

Que o empate sirva para abrir os olhos do treinador. É verdade que o gramado, diferente do que o time está acostumado a jogar, foi um adversário a mais. Mas os erros que permitiram o frágil La Calera abrir dois gols na frente não se devem a ele. E o jogo de ontem mostrou que nem sempre o ataque, por mais poderoso que seja, irá consertá-los.

O jogo

Com apenas sete minutos de jogo, Bruno Viana sofreu uma pane. Primeiro, errou ao recuar para Gabriel Batista, que ainda consertou a jogada e devolveu a bola para o zagueiro. Só que ele voltou a falhar e foi desarmado. O goleiro ainda tentou fazer sua parte com uma boa defesa. Mas, no rebote, Martínez não perdoou.

Aos 26, Willian Arão marcou contra. Mais uma vez um gol sofrido em escanteio do rival (originado em passe errado de Éverton Ribeiro).

Na frente de Arão, Bruno Henrique se abaixou e o atrapalhou. Uma falta de sintonia da defesa em bolas levantadas que Ceni segue sem corrigir. Dos 20 gols sofridos pelo Fla na temporada, sete (35%) nasceram em escanteios do rival.

Um pênalti sofrido por Ribeiro e convertido por Gabigol logo em seguida recolocou os rubro-negros na disputa — o camisa 9 chegou a 17 gols pelo Flamengo na Libertadores, superando Zico como maior artilheiro do clube na competição.

A partir daí, foi só ataque contra defesa. Com a ampla superioridade técnica dos rubro-negros e a disposição dos chilenos para apenas se defender, o jogo se tornou quase que uma disputa de ataque contra defesa. Só no segundo tempo, os brasileiros chegaram a ter 77% de posse.

O empate, que parecia só uma questão de tempo, só saiu quando Arão marcou de cabeça após escanteio de Arrascaeta. Consertou seu erro e o mal começo do time. Mas, desta vez, não teve volta por cima.