Análise: Voltar a vencer não dá ao Flamengo o direito da euforia

No agosto insano pelo qual passa o Flamengo e diante da sequência instável do time, ousar entrar em clima de euforia por causa da vitória diante dos reservas do Cruzeiro é um direito que o rubro-negro não pode ter. Armadilha perigosa deixar-se levar pelo resultado no Maracanã, ainda que o São Paulo não tenha se desgarrado na liderança.

A missão em tão pouco tempo para o reencontro de quarta-feira com o Grêmio, pela Copa do Brasil, novamente no Maracanã, é fazer com que o desempenho coletivo que levou o Fla à liderança do Brasileirão seja recuperado. A questão física é, obviamente, um desafio. Mas nesse bojo entram também aspectos técnicos e psicológicos: a pressão pela necessidade de vitória, em casa, diante de um time cascudo como o Grêmio.

Contra o Cruzeiro, esperava-se mais do Flamengo. A resposta, em termos de resultados, até que foi dada, reduzindo a pressão. Engatar o quarto jogo sem o gostinho da vitória deixaria o time mergulhado em uma panela de pressão aquecida de forma intensa. E ainda no meio da temporada.

A vitória veio no domingo, mas não se viu um Flamengo que agarrasse a teórica superioridade técnica em relação à versão do Cruzeiro que começou jogando. Se não fossem as intervenções providenciais de Trauco e Diego Alves, em chances cristalinas no primeiro e no segundo tempo, o desfecho seria completamente diferente. O “se” não entra em campo. Ok. Mas os fatos servem de alerta.

O lado bom dessa história é, no caso da ótima defesa do goleiro rubro-negro, a existência de um lance que passa muita confiança ao time, à torcida e ao próprio Diego Alves para os confrontos pelo mata-mata. O Flamengo sabe muito bem que ter um goleiro inseguro em jogos dessa envergadura pode ser fatal.

No entanto, há de se relevar a entrada de novatos no time, como Vitinho e Piris. Na Copa do Brasil, Cuéllar, fator importante para a estabilidade do time, estará de volta. Mas isso, por si só, não resolverá todos os problemas.

Além disso, ainda é preciso falar sobre o ataque.

Uribe, outro da turma dos novatos, não empolgou e, por questões físicas, deu a brecha para a volta do Ceifador. Henrique Dourado não é um primor de jogador, mas tem seu valor. Mais experiente do que Lincoln, outra opção para a posição, traz presença de área, uma bola alta mais forte e, caso seja necessário, é praticamente infalível nas cobranças de pênalti. Mauricio Barbieri precisará colocar tudo isso na balança para decidir o que fazer e como conduzir a curtíssima preparação para o reencontro com os gremistas.

Não há margem para erro.

Fonte: https://oglobo.globo.com/esportes/analise-voltar-vencer-nao-da-ao-flamengo-direito-da-euforia-22972780

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