Após a eliminação na Copa do Brasil para o São Paulo, o técnico Rogério Ceni citou que o fator psicológico foi um dos motivos que colaborou com a derrota. Diante do Racing, pela Libertadores, esse ponto também foi visto como um indicador para o adeus. E após um ano vitoriososo como 2019, a pasta voltar dividir opiniões e causar divergências internas no Flamengo.

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O entendimento é que há um visível abatimento de alguns atletas do grupo e a pressão sobre outros que são excessivamente cobrados pela torcida. Isso têm refletido nas atuações dentro de campo e atrapalhado o Rubro-Negro. Eis então que a figura de um psicólogo presente no dia a dia clube voltou a ser assunto.

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Antes, é preciso contextualizar. A alta cúpula de futebol do Rubro-Negro não vê a necessidade de ter um profissional presente e o tema chegou a virar polêmica em 2019, quando Alberto Figueiras foi afastado do cargo. No mesmo ano, o Flamengo conquistou os títulos do Carioca, do Brasileiro e da Libertadores, o que fez a discussão ficar de lado.

Já em 2020, o assunto retorna a cada derrota e incomoda, sendo citado até mesmo pelo técnico Rogério Ceni. Quando questionados, os dirigentes novamente negam a necessidade imediata de contratação. Alguns, tratam o tema com ironia. Mais moderado neste sentido, o vice-presidente de futebol Marcos Braz é aberto sobre a sua opinião.

— Lá vem essa situação de psicólogo de novo. Achamos importantíssimo, temos isso na base, são fantásticos. Mas o Flamengo não tem psicologo já há algum tempo, desde abril do ano passado. E depois de abril a gente ganhou estadual, brasileiro, Libertadores, vice do Mundial de Clubes. A gente entende a importância do psicólogo, muito maior para a base. Essa é a questão. Os jogadores aqui não acredito que vejam essa necessidade. Se a gente entendesse, a gente contrataria tranquilamente, mas teria que ter uma demanda, e a gente entende que não tem — declarou Braz, antes das partidas contra o São Paulo pela Copa do Brasil.

Porém, é lembrado que a comissão técnica de Jorge Jesus tinha Evandro Mota para a função de “mental coach”. Se não é a mesma coisa que um profissional em psicologia, ao menos era alguém em que os jogadores tinham confiança. Evandro, que já havia participado das conquistas da Copa Libertadores por Internacional, em 2006, e Cruzeiro, em 1997.

Pressionado, o Flamengo volta a campo para enfrentar o Botafogo, sábado (5), às 17h, no Nilton Santos.