Até quando o Flamengo vai deixar de ser Flamengo?

Salve, Salve, Nação Mais Linda do Mundo!

Ontem eu fui dormir indignado, fulo de raiva, P da vida. Hoje acordei macambúzio, triste, prostrado! Confesso que não estou nem um pouco empolgado para escrever essa coluna após outro revés fora de casa e mais uma auto-eliminação! O trabalho continua, mas os erros continuam os mesmos. Ontem disputamos mais uma partida em que abdicamos de jogar após o gol do adversário, sofrendo outra virada para um time inferior tecnicamente por pura falta de concentração. O que está faltando? O que acontece com o time e com o clube? É um caso a se pensar, pois se pegarmos todo o trabalho realizado pelo Zé Ricardo, observaremos consistência na maioria das partidas, um time que sabe o que faz com e sem a bola. Como resultado dessa análise, concluímos que o time perdeu muito poucas vezes, mas precipuamente nas ocasiões em que as derrotas não deveriam ser cogitadas, portanto chego à conclusão de que falta casca, falta bagagem. Talvez também falte cobrança por resultados ou um pouco de vergonha na cara de alguns jogadores e diretores. E se há essa cobrança, porque a postura não muda após tantos revéses vexatórios como o pesadelo de ontem à noite?

Mudando um pouco de assunto, tem outra coisa que me intriga demais! Ultimamamente venho observando que os torcedores de técnico e de diretoria estão se proliferando. Isso nos faz muito mal, afinal somos torcedores do Flamengo. O clube é maior do que tudo e todos. Como costumo salientar, o Flamengo simplesmente é! As pessoas passam e o Flamengo fica! Fato! Entrei neste assunto devido à declaração de nosso presidente, que perdeu a oportunidade de ficar calado quando declarou que os falsos flamenguistas estavam contentes com a desclassificação! Um conselho Sr. EBM: se é pra falar besteira, mantenha-se em silêncio. O Sr. perdeu uma chance enorme de ficar calado! Não cabe a um presidente dar esse tipo de declaração idiota e inconcebivelmente atroz. É intolerável! Ao invés de tentar puxar para si parte do fracasso esportivo desse Flamengo reestruturado e sadio financeiramente, blindando em parte os jogadores e a comissão técnica, nosso dublê de mestre dos magos preferiu atacar a parte da torcida que está indignada com toda a razão do mundo! Ele deveria sentir-se envergonhado como todos nós estamos, nos sentindo com mais uma (a quinta) eliminação na fase de grupos da Libertadores. Fica o recado, Sr. Presidente: menos é mais. Um homem inteligente como o senhor deve pesar demais suas declarações. Ontem o Sr. foi incomensuravelmente infeliz. E tem mais, o Flamengo foi fundado em 1895 e não em 2013! Fica a dica!

Analisando friamente o jogo (temos mesmo que falar?), vimos um Flamengo com controle da partida até certo ponto. Fizemos o primeiro gol e abdicamos de jogar. Achamos que o negócio estava resolvido com a vitória magra e que a classificação viria sem percalços. Mas esquecemos que estávamos jogando a Libertadores, fora de casa e com um time argentino! Faltou concentração e, após sofrermos o primeiro gol, o time simplesmente ruiu, desmoronou emocionalmente. Aí é aquele “Deus nos acuda” que todos nós já estamos calejados em acompanhar. A Lei de Murphy é implacável! E na noite de ontem ela foi aplicada na sua mais perfeita acepção! Triste, se não fosse trágico. Nosso time foi infantil, juvenil, cabaço, imaturo! Tirem da gaveta todos os adjetivos desqualificantes que existem e será pouco para mensurar ou qualificar negativamente uma eliminação doída e que deve deixar algumas cicatrizes (espero que deixe) no elenco, comissão técnica e diretoria.

Falando de uma forma mais filosófica, tenho a impressão de que estamos nos perdendo em nós mesmos. Ao adotarmos algumas falsas premissas como: dinheiro resolve tudo, a organização basta em si mesma e que balanços contábeis bem realizados tornar-nos-á um time campeão, oriento aos leitores que este é um silogismo de fraco embasamento teórico. Esses quesitos elencados acima apenas nos sustentariam a posição de saudabilidade financeira e organizacional, o que é muito pouco para que nos efetivemos como uma máquina ganhadora de títulos e destruidora de adversários como são as grandes potências esportivas da Europa. Para isso é necessária uma série de outras qualidades como: montagem de um elenco de excelência (onde além de se contratar bem, as dispensas de jogadores pouco ou nada produtivos deve ser realizada para que naõ tenhamos perebas na reserva), cobrança dos resultados esperados (metas traçadas) por decrescência hierárquica da pasta do futebol (cuja qual pode ser observada com a mudança de postura por parte das partes postuladas), estrutura emocional dos atletas para que rendam além do esperado e possuir técnicos que não tenham medo de errar e, principalmente, de GANHAR! Enquanto nossos técnicos não livrarem-se dessa síndrome de pequenez, onde escalam pelos empregos e recuam demasiadamente o time alavancando a possibilidade pela derrota, não chegaremos a lugar nenhum.

Não serei leviano ao ponto de pedir uma mudança total e nem arrogante a ponto de solicitar a troca do comando da equipe, mesmo porque não acredito que exista um substituto à altura livre no mercado. Não considero que este seja o caminho. A análise de desempenho deve ser feita pesando-se os prós e contras ao longo do trabalho. Também deve ser ponderada a capacidade do elenco em mostra-se capaz de conseguir transpor dificuldades e condições adversas ao longo dos jogos, de possuir maturidade suficiente para impor-se durante a maior parte das partidas. Essas qualidades não têm sido vistas neste Flamengo atual. Onde foi parar nossa raça, nosso poder de superação, nosso time que matava as partidas quando as oportunidades apareciam, nossa indignação após as derrotas e nosso discurso inflamado após as declassificações vexatórias a que temos nos sujeitado ultimamente? Será que estamos sofrendo de uma mutação genética alien? A torcida parece anestesiada e hoje comemora balanços, centro de treinamento e estádio como se fossem títulos. Não são e nunca serão! Eles são apenas parte da estrutura necessária e OBRIGATÓRIA (sim, isso não é um favor da diretoria!) para que o clube possa ter a tranquilidade para realizar o trabalho da melhor forma objetivando os resultados esportivos. Trocando em miúdos, eles são os meios, mas muitos os consideram como fim.

O que podemos concluir é que algumas mudanças são necessárias! Isso é um fato incontestável! Elas são de urgência, para que possamos começar a colher os frutos esportivos tão sonhados por todos nós. Precisamos ver alguma diferença na postura e no desempenho da equipe. Não dá mais para atribuir às derrotas ao acaso e à falta de sorte. Isso é de embasamento raso e pouco profícuo. Quero meu Flamengo de volta! O Mengão da raça e das viradas improváveis! O que não desistia nunca! O que deixava o sangue em campo e nos enchia de orgulho mesmo nas piores derrotas! Aquele que se levantava e ganhava os jogos na marra quando a Magnética estufava o peito para apoiá-lo incondicionalmente! Isso ficou para trás! Não enxergamos mais isso nessa equipe e não podemos deixar que isso aconteça! Nosso grito não pode ser abafado! Por um Flamengo maior ainda! Por um Flamengo muito mais forte! Por um Flamengo gigante! Por um Flamengo que volte a ser Flamengo! Esse é o meu maior anseio! E o seu? Qual é?

O Flamengo simplesmente é!
Saudações rubro-negras a todos!

Fabio Monken.

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Mas lembre-se: Somos todos Flamengo!
A intolerância e a falta de argumentos são os combustíveis para o fracasso!

Fonte: http://colunadoflamengo.com/2017/05/ate-quando-o-flamengo-vai-deixar-de-ser-flamengo/

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