Blog do Juca: “A torcida do Flamengo e as classes sociais”

POR WALTER OAQUIM

A torcida do Flamengo é a mais popular nas classes A-B-C-D-E.

Toda a política do Clube deveria visar o atendimento de todos os anseios da sua imensa torcida, sem discriminar nenhum dos seus segmentos.

Uma nova filosofia implantada, olha os seus torcedores, com uma classificação de torcedor/consumidor, passando a existir uma clara discriminação aos setores mais pobres ( Classe C-D-E ).

O novo Estádio do Maracanã, formatado para atender a todas as classes, passou a ter preços exorbitantes que agridem a própria história popular do Flamengo e só abrem espaços para que o público seja apenas os da Classe A-B.

As alegações que só podem frequentar os jogos aqueles que podem pagar preços caros, são, além de discriminadora, de uma falta de visão sem precedentes, pois as crianças, em sua maioria, das classes sociais menos favorecidas, vão crescer sem ver o time do Flamengo, enquanto seus amigos poderão assistir jogos dos outros clubes, e com o passar do tempo a nossa paixão diminuirá em sua intensidade, enfraquecendo a nossa marca e a nossa popularidade.

As maiores receitas do Flamengo são Tv Globo-Adidas- CEF de quase 200 milhões de reais ano, só existem em função do clube ser o mais popular do Brasil ( principalmente classes C-D-E na formação da marca ).

As receitas do projeto elitista para o Maracanã são muito inferiores as receitas oriundas das classes populares do Flamengo.

Com o sentido construtivo da crítica, chegou o momento da atual diretoria, rever a política de preços nos campeonatos, até porque o Maracanã permite que existam preços para os da A-B, como para os da C-D-E.

Continuar com a política oriunda do capitalismo selvagem é desconhecer a relação do mercado combinado com a paixão popular; é estimular a luta de classes na Nação rubro-negra e o enfraquecimento do Flamengo.

*Walter Oaquim é Grande-Benemérito do CR do Flamengo

Reprodução: Blog do Juca Kfouri/Uol

Fonte: http://colunadoflamengo.com/2018/04/blog-do-juca-a-torcida-do-flamengo-e-as-classes-sociais/

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