A primeira semana da fase de grupos da Libertadores da América já reserva algumas situações interessantes para os times brasileiros. Grêmio e Cruzeiro, por exemplo, logo de cara enfrentam adversários argentinos (Rosario Central e Huracán, respectivamente) e fora de casa. Já o Flamengo precisa encarar a temida altitude de Oruro, na Bolívia, frente ao San José. Já Palmeiras e Atlético-MG pegam times mais que tradicionais em seus países (Junior Barranquilla, da Colômbia, e Cerro Porteño, do Paraguai). Mas não há o que fazer. Mesmo diante de desafios importantes, o favoritismo tem que ser colocado em prática desde o início da disputa.
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Sim, ninguém vai me convencer que, mesmo com a presença de poderosos como River Plate e Boca Juniors, os brasileiros não são, mais uma vez, os grandes postulantes ao título continental. É só pegar algumas estrelas que já jogavam pelos times nacionais e se somar aos reforços contratados para se chegar a essa conclusão. Não me recordo de um momento em que tantos jogadores de nome desembarcaram de uma vez só para a disputa sul-americana. Diego Tardelli no Grêmio, Ricardo Goulart no Palmeiras, Gabigol no Flamengo, Rodriguinho no Cruzeiro…enfim são tantos exemplos que apenas corroboram esta tese.
Não gostaria de chegar ao término da fase classificatória e, diante de eventual fracasso, ouvir as tradicionais desculpas de que não se conseguiu reforçar o elenco, que jogar na altitude é desumano, que enfrentar argentino não é bom. Vejo os clubes brasileiros muito bem estruturados (até os que não foram citados, casos de Inter e Athletico-PR) para avançarem com folga e dominarem a competição. E, se isso não acontecer, para mim será motivo de surpresa. Será fácil concluir que a preparação não foi adequada, o trabalho do treinador não surtiu efeito ou algo interno de muito grave aconteceu. Pois as explicações que ouvimos a cada ano já estão para lá de manjadas e não se enquadram no atual contexto. Se a qualidade, dessa vez, não fizer a diferença, uma análise bem crítica precisará ser feita.
Fotos: Lucas Uebel/ Grêmio ; Cesar Greco / Palmeiras