Da várzea ao mundo. Bruno Henrique teve sua formação como jogador nos campos de terra do futebol amador de Minas Gerais e despertou os olhares para a elite do esporte no Brasil apenas aos 21 anos de idade. O atacante do Flamengo demorou a engrenar e poucos acreditavam que iria ‘vingar’ como atleta profissional.
Em 2012, “Bruninho” ou “Mosquito”, como era chamado na época, era apenas um coadjuvante de seu irmão Vander Nunes, também conhecido como “Juninho Neymar”, no ataque do Inconfidência, time amador do bairro Concórdia, em Belo Horizonte. A insistência dos avós, responsáveis pela dupla, deu resultado ao menos para o melhor jogador da América na temporada passada.
Há cerca de 8 anos, Bruno Henrique se destacava na Copa Itatiaia, tradicional torneio da várzea mineira, especialmente na final, quando marcou três gols e deu uma assistência, garantindo a taça para o seu bairro. Na oportunidade, o atacante rubro-negro foi eleito o craque e o artilheiro do torneio, enquanto “Neymar” ficou como a revelação do campeonato. Ambos receberam uma oportunidade no Cruzeiro, com salário de R$ 2.5 mil.
@benjaminback Será que o verdadeiro futebol brasileiro está na várzea e as escolinhas de futebol só estão produzindo jogadores robôs? Ex: Michael e Bruno Henrique que saíram da várzea.Os nossos camisa nove e dez sumiram, estilo o @RIVALDOOFICIAL ???樂
— Thalles Araújo (@Thallesaraujo37) January 16, 2020
A dupla deixou tudo para trás para tentar tardiamente a carreira profissional em um grande clube do país. A expectativa pela realização do sonho era imensa, mas a realidade foi diferente.
Os atacantes não chegaram a atuar pela Raposa e logo foram emprestados para clubes de menor expressão do interior de Minas. Juninho, com diversos problemas de lesão, desistiu da trajetória aos 27 anos e voltou ao futebol amador.
BH27 continuou. O atacante foi para o Uberlândia e também atuou pelo Itumbiara antes de receber uma oportunidade para defender o Goiás, em 2015, na elite do futebol brasileiro. No clube esmeraldino, Bruninho disputou 57 partidas, marcou 12 gols (7 no Campeonato Brasileiro) e conquistou o estadual. O camisa 27 foi vendido na temporada seguinte para o Wolfsburg, da Alemanha.
Apesar de não ter conseguido desempenhar o mesmo futebol na Europa, Bruno Henrique é lembrado por uma grande atuação que teve contra o Real Madrid, no jogo de ida das quartas de final da Liga dos Campeões, quando deu uma assistência e ajudou o time a conquistar a vitória. O clube alemão, no entanto, foi eliminado no jogo de volta e o camisa 27, sem falar o idioma e com dificuldades para se adaptar, perdeu espaço e voltou ao Brasil.
#bbdebate Pessoal o Bruno Henrique do Flamengo começou a sua carreira na várzea, e olha o que deu!
— Robson Silva (@lpvoice20) January 15, 2020
Em 2017, Bruno Henrique chegou ao Santos e retomou o bom futebol. Dribles rápidos e muita eficiência no ataque. O atacante conquistou grande prestígio no Alvinegro Praiano e tinha alegria como nos tempos da várzea. A alegria, no entanto, não passou da primeira temporada e uma grave lesão na retina do olho direito quase encerrou a carreira do jogador.
O problema ocular brecou a carreira do atacante em 2018 e Bruno Henrique não desenvolveu seu futebol. Sem um futuro certo, foi negociado com o Flamengo no início da última temporada como uma incógnita. A aposta do clube carioca deu certo e o atacante ‘da várzea’ atingiu o ápice de sua carreira, com 35 gols e deu 15 assistências em 62 partidas disputadas. O jogador ainda foi convocado pela Seleção Brasileira e levou o prêmio de Melhor Jogador do Brasileirão e também Craque da Libertadores de 2019.
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