O julgamento de Bruno Henrique no STJD trouxe alívio pela absolvição do artigo que trata de manipulação, mas também preocupação ao Flamengo pela aplicação de multa de R$ 100 mil com base no artigo 191 — cenário que acendeu um alerta sobre apostas esportivas dentro do clube. A diretoria avalia o desfecho como oportunidade para intensificar a prevenção e a educação dos atletas em todas as áreas do futebol rubro‑negro.
O vice‑presidente geral e jurídico, Flávio Willeman, afirmou que o Flamengo respeita a decisão, mas mantém discordância quanto à penalidade financeira aplicada ao jogador. Em seguida, a defesa e o departamento jurídico deixaram claro que a distinção entre manipulação e outras condutas foi determinante para o resultado final.
“Digo que não saio 100% satisfeito com o julgamento, porque o atleta ainda foi punido. Mas o recado que eu queria deixar, em nome do Clube de Regatas do Flamengo, é de confiança na Justiça Desportiva brasileira. Decisão judicial se cumpre ou se recorre, e o Flamengo assim o fez”
O recado interno e as medidas
O advogado Michel Assef Filho ressaltou que as provas apresentadas afastaram qualquer conduta de manipulação no caso de Bruno Henrique. Para o Flamengo, essa diferenciação reforça a necessidade de ampliar protocolos de integridade e conscientização sobre o uso de informações sensíveis.
“A gente não comemora decisões como essa. Não deveríamos nem estar aqui, a verdade é essa. O Flamengo entende que os atletas precisam tomar cuidado, muito cuidado, neste mundo de apostas, e por isso apresentamos anualmente tudo o que deve ser evitado”
A partir do episódio, o clube promete intensificar reuniões e ações educativas no elenco profissional, nas categorias de base e no futebol feminino. Com a decisão do STJD, Bruno Henrique está liberado para atuar nas partidas decisivas, e a diretoria quer usar o caso como marco para consolidar práticas de prevenção e proteção aos atletas.