A temporada de 2021 marca o fim do monopólio da Rede Globo nas transmissões do Campeonato Carioca. Isso porque, a emissora carioca perdeu a queda de braço com a Record TV, que adquiriu os direitos televisivos do Estadual em TV aberta. No entanto, a mudança ainda não caiu nas graças do público e isso afeta diretamente a arrecadação dos clubes.
Desta forma, há a proliferação de transmissões piratas dos jogos, e os times cariocas têm sofrido no bolso. Não à toa, o Flamengo sofre as maiores consequências, visto que, por exemplo, no clássico com o Fluminense, cerca de 345 links ilegais foram derrubados. Uma média de quatro sites piratas caindo a cada minuto de jogo. Além disso, nos 14 primeiros jogos da competição foram derrubadas 1.045 exibições no Facebook e Instagram, e outras 435 no YouTube.
Cabe destacar que as transmissões piratas não são algo exclusivo da temporada de 2021, mas os reflexos que causam nas equipes são diferentes este ano. Isso porque, devido à pandemia, não há arrecadação de bilheteria, os planos sócios-torcedores tiveram queda de receita, além do novo modelo de negócio da TV, os clubes grandes do Rio, como o Flamengo, passaram a depender ainda mais do torcedor que não se rende à pirataria.
Nos anos anteriores, a transmissão do Campeonato Carioca era vendida integralmente para terceiros, no caso a Rede Globo, que utilizava tanto a TV aberta quanto o Pay-per-view. Sendo assim, o clube já recebia o valor previamente estabelecido, ou seja, não tinha preocupações se o produto fosse pirateado. Entretanto, com a implementação do novo modelo, e os PPV ‘fatiados’, se o torcedor recorre à transmissão ilegal, a verba deixa de entrar diretamente no cofre do seu time.
As informações foram inicialmente divulgadas pelo EXTRA. O jornal também entrou em contato com Bruno Maia, especialista em inovação e negócios na indústria do esporte e entretenimento, que afirmou que este fenômeno é algo comum e permanecerá acontecendo enquanto o novo modelo de negócio não se estabelecer.
— Hoje, o consumidor precisa de diversas plataformas para acompanhar seu time. Todas relativamente caras. Em um contexto como esse, a resposta dele é simples: não pagar nenhuma. O que está acontecendo com o Carioca já acontecia com a Libertadores, com a Sul-Americana no ano passado. O fato de ser uma “TV do clube” não muda drasticamente o engajamento da maioria dos torcedores. Se o ecossistema é ruim, não importa o player. O consumidor vai olhar o bolso dele antes.