Com características diferentes das de seus antecessores, Vitinho ainda luta para se adaptar no Flamengo

Em seis jogos, Vitinho esteve longe de ser decisivo pelo Flamengo. Não balançou as redes, não deu assistência e só participou do lance de um gol. Diante das oscilações da equipe no pós-Copa, parte da torcida já desconta nele as frustrações e questiona sua contratação. O obstáculo maior do jogador, no entanto, não está nas arquibancadas, mas em campo. Com características diferentes das dos antecessores Vinícius Júnior e Everton, tenta se adaptar ao time. Só que, como entrou no meio da temporada, corre contra o tempo.

O relato de quem já trabalhou com o atacante ajuda a entender em que ponto seu estilo não atende à demanda do time de Maurício Barbieri. Sem Vinícius Jr, o Flamengo ficou carente de alguém que faça a função do extremo pela esquerda e vá à linha de fundo. Mas esta não é a especialidade do camisa 14, mais conhecido por penetrar a área rival.

— Não é jogador de buscar a linha de fundo e cruzar. Trabalha mais em função de preparar a finalização ou tentar a tabela. Não tem característica de extremo — explica Eduardo Húngaro, técnico de Vitinho no sub-20 do Botafogo e auxiliar de Oswaldo de Oliveira quando ele jogou entre os profissionais, em 2013.

A movimentação do atacante gera um efeito cascata. Por vezes, ele ocupa um espaço normalmente aproveitado por Renê e Diego, o que gera conflitos. Com isso, o Flamengo se vê diante de duas opções: ou Barbieri encontra uma nova forma de atuar para o time ou espera o camisa 14 assimilar o estilo da equipe. Ainda que pareça o caminho mais simples, a adaptação de Vitinho não é um processo rápido. Mas quem o conhece bem assegura que vale a pena ter paciência.

— Ele tem um poder de finalização muito bom, seja qual for o pé. Vai muito bem no confronto individual, dribla com facilidade para os dois lados. E gosta de jogar os 90 minutos. Não se lesiona — atesta Argel Fucks, que treinou o jogador no Internacional, em 2015.

O próprio Barbieri já fez seus testes. Durante o jogo contra o Grêmio, na semana passada, pela Copa do Brasil, usou-o mais centralizado, com liberdade para se movimentar próximo a Henrique Dourado, como segundo atacante. Este posicionamento não é novo para o atacante.

— No Botafogo campeão sub-20 de 2011, jogamos com um sistema tático 4-3-2-1. Ele e Cidinho jogavam assim, por trás do centroavante. E também se saiu muito bem, foi um dos destaques da equipe — recorda Húngaro.

Para os mais impacientes, vale lembrar que o começo de Vitinho no Flamengo não é diferente de suas arrancadas em outros clubes. No Botafogo e em sua primeira passagem pelo CSKA, também não marcou nos seis primeiros jogos. No Internacional, fez dois gols na estreia, mas, depois, só voltou a balançar as redes na nona partida.

— Ele tem um potencial fantástico. Só precisa receber confiança — afirma Argel.

Fonte: https://extra.globo.com/esporte/flamengo/com-caracteristicas-diferentes-das-de-seus-antecessores-vitinho-ainda-luta-para-se-adaptar-no-flamengo-22996294.html

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