O Flamengo voltou a assumir um papel central nas discussões sobre o formato do Mundial de Clubes. A Conmebol intensificou nas últimas semanas as cobranças por revisão da competição, enquanto o presidente da entidade manifestou publicamente sua torcida pelo clube rubro-negro na final contra o Paris Saint-Germain (PSG).
A Conmebol afirmou que o desenho atual do Mundial precisa ser revisto, apontando divergências em regras, critérios de classificação e modelo de disputa. Em nota pública, a entidade ressaltou que a posição é coordenada pela cúpula e justificou a cobrança como necessária para proteger os interesses esportivos das equipes sul‑americanas, criticando a falta de consenso entre confederações e organizadores.
“Nunca estivemos de acordo” — a frase destacada pela Conmebol sintetiza a insatisfação com medidas adotadas sem negociação ampla. Segundo a entidade, há pontos sensíveis relacionados ao calendário, ao equilíbrio esportivo e aos custos de participação que desfavorecem clubes do continente.
O presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista (BAP), também criticou de forma contundente o formato da Copa Intercontinental e manifestações semelhantes. BAP argumentou que as propostas recentes não consideram adequadamente a logística, as peculiaridades dos clubes sul‑americanos e o desgaste dos atletas num calendário já bastante apertado.
Além das cobranças institucionais, Alejandro Domínguez declarou publicamente seu apoio ao Flamengo na decisão contra o PSG. O gesto simbólico, vindo do presidente da Conmebol, foi visto como um reforço de solidariedade continental e elevou a carga política em torno do confronto.
No plano prático, as críticas e o apoio público não alteram cronograma nem a preparação técnica do Flamengo para o jogo: a equipe segue seu planejamento. Ainda assim, a visibilidade sobre a discussão pode aumentar a pressão sobre os organizadores e influenciar futuras negociações sobre datas, critérios e formato da competição.
Politicamente, as posições de Domínguez e de BAP tendem a fortalecer alianças entre clubes e confederações sul‑americanas. Se a Conmebol mantiver a pressão, há maior probabilidade de abertura de diálogo com promotores do Mundial para tratar de ajustes que interessem ao continente.
Para a torcida rubro‑negra, a mobilização institucional significa um respaldo incomum em jogos desse porte e traz uma camada extra de motivação e responsabilidade ao elenco. Internamente, o clube precisará equilibrar discurso institucional e foco esportivo para não desviar a atenção do que acontece em campo.
Em síntese, o episódio reúne três vetores: a cobrança formal da Conmebol por revisão do Mundial de Clubes, a crítica direta do presidente do Flamengo ao formato intercontinental e o apoio público do líder da Conmebol ao time brasileiro. Juntos, esses elementos ampliam a pressão por mudanças e colocam o Flamengo no centro de um debate que ultrapassa as quatro linhas.
Data: terça‑feira, 16/12/2025.