Faltam dois anos para o contrato atual com Arrascaeta terminar e o Flamengo se esforça para ampliá-lo até 2026, com direito a um considerável aumento salarial. Vale tudo para deixar o uruguaio contente. São empates como o de domingo, com o Ceará, que reforçam como o meia é a peça mais importante da engrenagem ofensiva do time de Renato Gaúcho.
O treinador, que não pôde escalar o uruguaio em Fortaleza depois que ele apresentou fadiga muscular, espera tê-lo entre os titulares no jogo de quarta-feira, contra o Grêmio, pelas quartas de final da Copa do Brasil, em Porto Alegre. O adversário dá sinais de recuperação no Brasileiro. Contar com o camisa 14 pode ser a diferença entre levar um resultado bom ou ruim para o jogo de volta, no próximo dia 15.
Ainda que Gabigol seja o artilheiro do time na temporada, com 24 gols em 25 partidas, e por mais que Bruno Henrique siga decisivo com sua velocidade nas arrancadas e sua impulsão nas bolas cruzadas, é Arrascaeta quem se faz único no elenco rubro-negro. Ninguém quebra a última linha rival como ele. Uma função fundamental para o Flamengo, habituado desde 2019 a encarar adversários com linhas baixas, que precisam ser quebradas.
Os números comprovam esse papel desempenhado pelo uruguaio. De acordo com o site Sofascore, ele é o responsável pelo maior número de passes decisivos por jogo neste Brasileirão — são três, em média. Ainda que não seja uma assistência, esse passe decisivo é aquele que encontra um companheiro aberto fazendo o corredor por um dos lados do campo, antes do cruzamento, ou então aquele que inicia a triangulação.
Por duas temporadas, Arrascaeta atuou mais perto do lado esquerdo do ataque. Com a chegada de Renato Gaúcho, ele tem sido visto muitas vezes mais centralizado — o treinador gosta de ter esse jogador em uma função de articulador mais clássico. Com o tempo, será possível perceber que efeito a mudança terá no desempenho do meia e do próprio Flamengo. Por enquanto, ele segue sendo o segundo jogador com mais assistências e chances criadas no Brasileiro, atrás apenas de Gustavo Scarpa, do Palmeiras.